The Bunny Game (França, 2011)
Diret Adam RehmeierCom Rodleen Getsic, Jeff Renfro.
Run rabbit, run! Curioso exercício estético que parece mais interessado em torturar o espectador do que os personagens! O filme inicia com o dia-a-dia de uma jovem prostituta e seus clientes barra-pesada. Ela apanha, é roubada, mal tratada, se droga, curte a ressaca. Fazer o quê depois? Lavar a cara e voltar pra rua. Até que encontra um caminhoneiro que a dopa e a mantem presa no vagão de carga. O caminhão serve a isso aparentemente: manter garotas raptadas sob sedativos, mordaça e correntes! E aí sim a coisa fica feia para a moça nas mãos do sádico caminhoneiro (os personagens não têm nome).
Tem inicio então uma infinita tortura emocional na qual ela é acorrentada e ameaçada de diversas formas. Faca, marreta, maçarico, sufocamento, desidratação, abandono. Se existe alguma intenção a comentário na entrelinha das imagens é a situação em que a garota se encontra: totalmente à disposição de seu raptor. O sonho masculino da "mulher ideal"?!
Bunny Game é um teste de resistência ao espectador? Mais ou menos. É um extreme, mas que não vai até o extreme. Tirando a cena do ferro em brasa na coxa de uma vítima paralela, não há violência física. Bunny Game não tem sangue! A explicitação é mais sexual e emocional. Se tivesse violência física como tem a emocional, seria impossível assistir! Sua área de atuação é a criação de carga climática com cenas muito bem iluminadas para esse fim. Então temos 60 minutinhos de exercício gráfico, exercício de direção e interpretação. Considerando que o diretor e a atriz se dividiram em diversas funções na produção, o filme pode ser visto como uma experiência em cinema hardcore. O diretor Rehmeier é operador de câmera e fotógrafo, o que explica a excelência visual do filme, todo fotografado em divino preto e branco. Preto e branco é muito bom. O mundo devia ser preto e branco.
Bunny Game encontrou a repercussão (merecida) no circuito-fechado do cult-alternativo, mas a falta de um canônico começo-meio-e-fim narrativo o afastou de exposição mais ampla. Entre o formato pop de consumo e a ousadia formal intencional, o filme ficou condenado a um universo intermediário...
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈
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