Alice Sweet Alice (EUA, 1976)
Diret Alfred Sole
Com Linda Miller, Paula Sheppard, Brooke Shields.
Queima ela, Jesus! Quando a Brooke Shields era sucesso nos tempos de Pretty Babe, Amor Sem Fim e Lagoa Azul este filme teve certa repercussão cult em vídeo por que é o primeiro filme da bela. A mocinha estava com onze aninhos e morria queimada em uma igreja lá pelos quinze minutos de filme! Descontando a curiosidade bizarra, Alice Sweet Alice é um primor de suspense que lida com questões de fanatismo religioso, sempre atual. Após o crime, outras pessoas da família de Brooke também são atacadas por uma figura de capa amarela e mascarada.
Assim, as suspeitas caem sobre a jovem Alice (irmã de Brooke no filme), que vive pregando peças vestida de capa e mascarada. Alice jura com força que é inocente. Pode ser, mas sabemos que ela também não é um anjo, seus jogos de manipulação e chantagens entre os moradores do prédio onde vive são evidentes e a narrativa brinca com as suspeitas de forma exemplar.
O roteiro genialmente subverte a ideia do grupo social bem situado que é ameaçado por um elemento externo. Aqui a maioria dos personagens não presta mesmo, a começar por Alice, e sua grotesca boneca de face dupla. Ela raramente desperta simpatia e sua desenvoltura em manipular os adultos é revoltante.
Alice Sweet Alice segue a linha do suspense com criança-coisa-ruim – possivelmente inaugurado enquanto gênero em Bad Seed (1956) – e é um dos bons exemplares nesse segmento. É visivelmente nível B em diversos aspectos: atores não profissionais, às vezes tem enquadramentos desajeitados em locações reais, direção insegura em alguns momentos, mas toda a irregularidade configura o charme alternativo do filme. É quase ruim, mas é um prazer conferir o esforço em cinema de todos os envolvidos e o resultado alcançado. Sua maior virtude é exatamente a posição limite que o filme ocupa entre o cinema profissional e o trash.
• Também distribuído com o título Comunhão.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈😈
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