Feast (EUA, 2005)
Diret John GulagerCom Balthazar Getty, Henry Rollins, Krista Allen, Diane Ayala, Clu Gulager.
Cinema gambiarra? Financiado por investimentos alternativos, Feast é tanto consequência quanto indicador de um mercado em que facilidade de produção é a maior virtude. Ou a única virtude. Ben Affleck, Matt Damon e até Wes Craven estão entre os apoiadores financeiros da empreitada e o diretor John Gulager é filho do veterano ator coadjuvante Clu Gulager (que também esta presente aqui, é o barman). Diane Ayala, líder das motoqueiras, é esposa de John. E o projeto acaba por se caracterizar como uma diversão entre conhecidos. Nada de mal, A Noite dos Mortos Vivos começou assim. Em Feast grupo de pessoas em um bar de estrada fica isolado quando o local é atacado por criaturas desconhecidas (alienígenas?). Precisam se unir para planejar a fuga. O que querem esses alienígenas? Aparentemente se reproduzir nos hospedeiros humanos. E quando o pânico se instaura não há plano ou parceria ou arma que poderá deter os monstros!
Argumento mínimo para um exercício em cinema. Até aí, nada de mal 2. O cinema de terror tem incontáveis bons exemplos que partiram dessa mesma situação. Mas o que fez o diretor aqui? Pegou elementos caracterizadores da linguagem contemporânea como luz realista, edição dinâmica, câmera tremendo e super closes de aproximação em uma proposta inovadora. Resultado: não dá pra ver nada! É tanto close que não forma um conjunto reconhecível. A profusão de situações até serve ao sustento da narrativa e do caos instaurado, mas o conjunto não se forma. O filme se fragmenta. Entre vômitos, sangue, escatologia e mutilações, sobra um filme ágil, mas inconsistente. Era pra ser irreverente e contestar grandes produções? Conseguiu, mas e daí?
A coisa fica ainda mais fajuta no Feast II (2008) e Feast III (2009) que se resumem a colagens digitais de efeitos e fragmentos narrativos. Como já foi questionado em outras postagens: os recursos digitais facilitaram bastante o acesso de novos profissionais ao processo de produção de filmes. Isso pela portabilidade de equipamentos e redução de gastos, mas com os resultados "vale tudo", o processo de produção parece ser mais divertido do que assistir o filme pronto.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈
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