Eaten Alive (EUA, 1976)
Diret Tobe Hooper
Com Neville Brand, Mel Ferrer, Carolyn Jones, Marilyn Burns, Stuart Whitman, William Finlay, Robert Englund.
Que foi que houve, sr. Hooper? Não tem escapatória, este é o filme que Tobe Hooper fez logo depois de Massacre da Serra Elétrica. Automaticamente esperamos algo próximo. É da mesma época, o cara ainda estava em forma. Inevitável comparar. Injusto comparar. Mas mesmo que ele não tivesse feito o melhor do melhor do mundo com Massacre, como encarar este filme? Neville Brand é um demente que tem um hotelzinho espelunca no meio do mato. No charco ao lado do hotel ele tem um crocodilo de estimação. Causou problema pro Neville? Crocodilo come! E muitos dos locais e hospedados encontrarão esse fim.
Hooper tenta repetir o clima insano que tanto rendeu ao seu primeiro filme, mas o que havia de autenticidade em Massacre não se encontra aqui. É muito cenário vagabundo, neblina pra disfarçar, iluminação bizarra e muita cena "externa" que parece ter sido feita em estúdio (veja só a chegada da prostituta ao hotel se não parece cena do Chaves!). A edição de som é medonha. O radinho do hotel tocando country O FILME TODO! E mesmo enquanto cinema a coisa toda não rende, falta dinâmica, corte, direção de atores, enfim, uma pena... E teve problemas de distribuição, por isso tem diversos títulos: Horror Hotel, Death Trap, Starlight Slaughter...
Mas tem o mérito da esquisitice, se isso for virtude. Eaten Alive é cinema insano enquanto forma fílmica! E tem ainda o elenco decadente, liderados pelo maior e melhor escroto de todos, Neville Brand, veterano dos faroestes e que já foi Al Capone na série de TV Os Intocáveis. Veja os demais: Carolyn Jones foi a Mortícia da Família Addams, William Finlay havia feito Fantasma do Paraíso. Stuart Whitman e Mel Ferrer estão perdidaços e Robert Englund começando carreira, abre o filme com o texto "My name is Buck, and I am here to fuck".
Nada me tira da ideia que o que vemos aqui é um ensaio para uma produção maior que infelizmente não aconteceu. Mas então, não tem nada de bom nesse filme? Tem o Neville Brand, o cara certo no filme errado. E tem a Marilyn Burns. Ninguém grita melhor que ela.
• Resumo da choradeira: Eaten Alive merece crédito pela raridade, mas não espere outro clássico.
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