Fanatismo Macabro

Die Die, My Darling (EUA, 1965)

Diret Silvio Narizzano
Com Tallulah Bankhead, Stefanie Powers, Peter Vaughan, Donald Sutherland, Yootha Joyce.

Sogra sendo sogra! Ótimo suspense que nem envelheceu, comparado a outros do mesmo período. Stefanie Powers visita a mãe de seu falecido noivo, que vive reclusa com seus empregados em um casarão. Para Stefanie é uma ação respeitosa que precisa ser concluída antes de seu próximo noivado. Mas em um primeiro contato ela descobre que a velha além de reclusa, é uma fanática religiosa, autoritária e intolerante! E dona sogra acha que a jovem, que teria sido sua nora, veio em busca de salvação! Que precisa parar de usar batom e roupa vermelha! E submete a coitada a um infernal cativeiro de jejuns, lições de moral e constantes leituras da Bíblia. Stefanie precisa arrumar um meio de fugir, mas todos os empregados colaboram com a velha por medo, submissão ou interesses pessoais.

Grande suspense que não ficou preso à sua época e pode surpreender ainda hoje em sua dinâmica inventiva e poderosa construção de imagens. O que inicialmente poderia parecer uma situação ridícula para Stefanie (sem espelhos nem telefone na casa?!) vai tomando proporções preocupantes no domínio e nas relações que a sogrinha tem sobre os empregados. E as situações se sucedem sem parecer gratuitas ou impossíveis em um perfeito jogo de direção e narração. Visualmente é uma beleza no ambiente decrépito do casarão e na inserção cuidadosa de tons vermelhos.

A veterana Tallulah Bankhead dá um show como a irredutível fanática cabeça-dura. Foi seu último trabalho para o cinema, aqui entrando na onda do gênero hag horror, gênero forte depois do sucesso de O Que Terá Acontecido a Baby Jane? E ainda temos um jovem Donald Sutherland, hilário fazendo um ajudante abobalhado.

• Roteiro de Richard Matheson.
• O diretor Narizzano, canadense descendente de italianos, tem mais coisas interessantes na carreira como o policial Senza Ragione (1973) e o suspense Las Flores Del Vicio (1979).

Expectativa 😈😈      Realidade 😈😈😈😈

"sangue de Jesus tem podeeeer..."