The Presence

The Presence (EUA, 2010)

Diret Tom Provost
Com Mira Sorvino, Shane West, Justin Kirk, Tony Curran.

Pode isso, Chico Xavier?! Mira Sorvino passa uma temporada na cabana que foi de seus avós, isolada em uma ilha. Precisa por as ideias em ordem e um pouco de reclusão ajuda muito. E o recanto bucólico em meio a árvores, sem luz elétrica e sem água encanada, parece o local ideal para o isolamento e interiorização que ela precisa. Só que a cabana não está totalmente desabitada! Tem um espírito parado ali pelos cantos... Ele circula, olha pela janela, ouve velhos discos de jazz no escuro...

Então chega o namorado pretendente dela, trazendo até anel de brilhante e pedido de casamento. Mas Mira entra em parafuso com seu passado traumático, as lembranças dos abusos paternos, seu comportamento começa a se alternar entre extremos de simpatia e rejeição, deixando o pretendente confuso. O espírito residente parece (sem spoiler) ter algum interesse na jovem e pode estar interferindo na relação que se abala antes mesmo do possível matrimônio.

The Presence é um originalíssimo filme de assombração que busca estrutura própria sem recorrer aos elementos habituais do gênero. Mira Sorvino (que também é co-produtora) segura o filme todo com sua forte atuação e a suspensão climática do filme é surpreendente. Os primeiros 18 minutos são silenciosos e sem diálogos e o efeito de isolamento e imersão é muito eficiente! Na sequência seguinte temos um conflito dramático com a chegada do namorado. E finalmente o lado espiritual se manifesta... O tema musical de Conrad Pope já define a estrutura do filme logo na abertura: da calmaria bucólica ao alarme!

É discutível que o nível caia um pouco no terceiro ato e o filme se desoriente um pouco, mas já havia demonstrado e garantido sua originalidade no sustento do mistério, na hierarquia entre espíritos, nas implicações entre o desequilíbrio de Mira e a manifestação do mal.

Então The Presence tem direção e produção excelentes, além de uma grande atriz engajada no projeto, mas acho que faltou roteiro no final... Seja como for, é uma alternativa bem interessante ao propor uma percepção diferenciada do padrão dos filmes de terror e até do cinema em geral. Seu maior mérito é ter buscado originalidade em um gênero que prima pela apelação e repetição de regras.

• Melhor sequencia: a abertura silenciosa.
• Melhor suspense: a conversa e resposta com batidas "sim" e "não".
• Melhor susto: a latrina assombrada!

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

"Como assim, espantar as aranhas antes de sentar ?!!!!..."