13 de novembro de 2017

Rovdyr

Rovdyr (Noruega, 2008)

Diret Patrik Syversen
Com Henriette Bruusgaard, Jorn Bjorn Fuller, Lasse Valdal.

Rovdyr (Noruega, 2008)

Isn't it good, norwegian woods?! Toda vez que posto aqui uma resenha de "filme de primeiro mundo", terror-nórdico como Villmark, Deixa Ela Entrar, Shelley, a reclamação é sempre a mesma: em terras civilizadas o conceito de terror visceral e ameaça física é outro. Os conteúdos geralmente são sofisticados e intelectualizados. Mas agora o Black Phillip tem que engolir suas palavras por causa do encardido Rovdyr, produzido na Noruega e referenciando os filmes dos anos 70.

Na abertura, uma kombi para na estrada, alguém precisa "ir ao banheiro" e o filme se passa em 1974. Lembramos imediatamente de Texas Chainsaw Massacre! E algumas tomadas laterais, na altura do matagal, reforçam a referência. Legal! E o que vem em seguida? Um dos melhores slasher in the woods do terror moderno. A premissa é a mais básica possível: dois rapazes e duas garotas viajam nas férias por estradas interioranas. Param em um barzinho e tem atrito com os locais, são seguidos por um carro e surpreendidos na estrada quando acontece um desentendimento entre eles. Tudo muito óbvio e até gratuito para um filme do gênero na produção contemporânea, mas... a maratona de desespero dos 25 aos 70 minutos é uma beleza! 

Depois de capturados e desacordados, os jovens são deixados em um ponto da floresta. Escapam com facilidade das cordas frouxas, mas é aí que começa o drama: estão sendo usados como presas de um grupo de caçadores dementes que se diverte caçando gente! Rovdyr quer dizer predador. Camilla, a protagonista, é a rainha da stupid action, daquelas que dá facada para se defender e foge deixando a faca no corpo caído! Mas será ela quem reverterá a situação contra os caçadores e poucas vezes as facas foram tão assustadoras em cena como são aqui.

Procurando escapar das armadilhas digitais da produção contemporânea, Rovdyr tem uma das mais encardidas e autênticas estéticas do terror atual. Na verdade não acontece muita coisa no filme, é só uma caçada e fuga sem fim, mas tudo feito com tanta vontade e com um resultado tão assustador que não tem como não curtir. É clichê, mas ainda mata! Se o filme fosse uma música seria um blues: é sempre a mesma coisa, mesma construção, mas a gente curte pra sempre!

• Abertura ao som da balada Waiting For the Rain de David Hess.
• Melhor cena: empalamento oral, digno de Umberto Lenzi!
• Melhor cena 2: disparo no peito, no acampamento.
• Pior: nove "ações estúpidas" que quase põe o filme a perder.

Expectativa 😈     Realidade 😈😈😈


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