Witche's Hammer (Checoslováquia, 1969)
Diret Otakar Vavra
Com Elo Romancik, Vladimir Smeral, Josef Kemr, Sona Valentova.
Witchfinder drama. Drama pouco citado sobre a febre de caça às bruxas baseado em fatos ocorridos em meados do século XVII. Quando uma velha camponesa é flagrada tentando roubar uma hóstia durante a comunhão o pastor local a denuncia por possível bruxaria. Na verdade a hóstia deveria ser usada em um medicamento animal, mas as revelações da velha implicam na suspeita por mais pessoas. Inicia-se então um insano surto de prisões e condenações pelo poderoso inquisidor Bublig.
Sem enveredar pelo sobrenatural, o filme comenta especialmente sobre distorções no poder. Quanto mais acusações e condenações acontecem, mais Bublig vê a possibilidade de confiscar bens alheios. As acusações alcançam o pároco Edel que poderá ser o mais forte antagonista às articulações de Bublig, à insanidade do processo investigativo dos inquisidores e à conveniência das acusações que assolam a comunidade.
Linear em sua narrativa, o filme causa natural desconforto por seu conteúdo sempre provocante. E a narrativa idônea e distanciada faz pesar ainda mais o drama, a estupidez que rege as regras instituídas e as sangrentas cenas de tortura. Naturalmente que, na associação entre dominantes do poder religioso e do poder financeiro, o filme lança claras leituras políticas sobre articulações e interesses particulares. Destaque à ótima recriação de época em um filme tecnicamente impecável. Destaque também à abertura sobre gravuras de Goya e uma canção celebrando a presença do "ceifador que está entre nós"!
Curiosidade extra é que com o alinhamento de forças de poder e os discursos misóginos inseridos em off, Witche's Hammer pode ser visto como um precursor de The Devils de Ken Russel.
• Melhor cena: o decadente Bublig sonha com a beleza da jovem empregada Suzanna, sabendo que ela lhe é inacessível tanto por sua (dela) condição social quanto por sua (dele) convicção na farsa do julgamento.
• Melhor cena 2: Bublig termina o drama embriagado e auto-iludido na manutenção de seu poder.
• Melhor personagem: o arauto com seus comentários sobre a condição maléfica da mulher como incitadora de pecado e perdição.
• O título se refere ao livro que rege as regras de conduta inquisidoras na caça às bruxas (Malleus Maleficarum). Regras que serão convenientemente distorcidas pelo inquisidor chefe.
Expectativa 💀💀💀 Realidade 💀💀💀
Linear em sua narrativa, o filme causa natural desconforto por seu conteúdo sempre provocante. E a narrativa idônea e distanciada faz pesar ainda mais o drama, a estupidez que rege as regras instituídas e as sangrentas cenas de tortura. Naturalmente que, na associação entre dominantes do poder religioso e do poder financeiro, o filme lança claras leituras políticas sobre articulações e interesses particulares. Destaque à ótima recriação de época em um filme tecnicamente impecável. Destaque também à abertura sobre gravuras de Goya e uma canção celebrando a presença do "ceifador que está entre nós"!
Curiosidade extra é que com o alinhamento de forças de poder e os discursos misóginos inseridos em off, Witche's Hammer pode ser visto como um precursor de The Devils de Ken Russel.
• Melhor cena: o decadente Bublig sonha com a beleza da jovem empregada Suzanna, sabendo que ela lhe é inacessível tanto por sua (dela) condição social quanto por sua (dele) convicção na farsa do julgamento.
• Melhor cena 2: Bublig termina o drama embriagado e auto-iludido na manutenção de seu poder.
• Melhor personagem: o arauto com seus comentários sobre a condição maléfica da mulher como incitadora de pecado e perdição.
• O título se refere ao livro que rege as regras de conduta inquisidoras na caça às bruxas (Malleus Maleficarum). Regras que serão convenientemente distorcidas pelo inquisidor chefe.
Expectativa 💀💀💀 Realidade 💀💀💀
"Bruxaria é coisa de esquerdista..." |
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