Annabelle (EUA, 2014)
Diret John R. Leonetti
Com Annabelle Wallis, Ward Horton, Tony Amendola, Alfre Woodard.
Filha de uma Chucky! Então, depois de The Conjuring que deu muito certo e fez seu merecido sucesso, tivemos as consequências. Situação inevitável no mercado moderno que julga as franquias infinitas como indicador de qualidade. Sei não... E no mercado traiçoeiro da indústria pop vamos nos confrontando (querendo ou não) com seus produtos sequenciados e estratégias marketeiras que parecem ter se tornado uma virtude.
Então vejamos aqui: filme de terror com boneco maligno. Tema difícil e aparentemente já esgotado depois dos filmes de ventríloquos como Na Solidão da Noite (1945) ou Um Passe de Mágica (1978) e depois da série Chucky iniciada em Child's Play (1988).
O filme começa direto do episódio da boneca Annabelle em The Conjuring, que eu sempre achei meio forçado, enxertado, com fins não muito claros na época... (Black Phillip, seu rabugento!) e passa para a vida de um casal no final da década de 60, período conturbado, sensorial, repleto de casos violentos, entre eles o famoso caso Charles Manson que o casal de protagonistas vê na TV. Mia está de gravidez avançada e por algum motivo coleciona bonecas feias de doer. John é o atencioso marido que presenteia a esposa com mais uma boneca velha-guarda para a coleção. Justamente a Annabelle do título. Em uma noite de pavor, o casal tem sua residência invadida por uma dupla de satanistas que os ataca. O casal de invasores faz vítimas na vizinhança (episódio esclarecido no filme 2), Mia e John deverão ser os próximos, mas a polícia chega a tempo de balear os invasores. Só que, antes de morrer, a mulher invasora consegue transpor seu espírito para a boneca (olha o Chucky aí!). Por fim, a boneca servirá como uma condutora do demônio que o casal satanista tentava trazer ao mundo.
A primeira surpresa de Annabelle é que ele tenta um trabalho de direção refinado sem apelar a banalidades, mas na falta de um elenco empenhado e com um roteiro que reúne clichê após clichê, não teve muito como escapar de ser um terrorzinho corriqueiro que não entusiasma em nenhum momento. Salva-se a cena do susto da garotinha correndo na porta! Uma ótima cena, isolada no conjunto monótono.
Então, voltando ao raciocínio da indústria pop, conclui-se que um filme como Annabelle é ótimo para o exercício de novos profissionais e para seu enriquecimento curricular, mas é uma armadilha perigosa para o espectador. É isso e só isso...
Mas por alguma manobra marketeira inventaram de fazer uma sequência, estender a franquia e então veio Annabelle: Creation (2017). Prequel. A origem da boneca desgraçada que serve de condutor de espíritos. Aqui é o construtor de bonecas Samuel Mullins (Anthony La Paglia) que perde a filha em um atropelamento na estrada e passa a viver em reclusão junto da esposa (Miranda Otto). Anos mais tarde eles atendem um grupo de garotas de um orfanato para uma temporada em seu casarão e as manifestações começam: o espírito enraivecido da menina atropelada quer se apossar da alma de uma das garotas. Dirigido por David F. Sandberg (Lights Out), este segundo filme ao menos tem atmosfera e um trabalho de direção que rende bem, dramática e tecnicamente. Mas erra, como o filme 1, em um elenco de personagens sem graça e subaproveita alguns momentos, como o espantalho (nova franquia vindo aí?). Pelo menos este capítulo 2 tem consistência suficiente para manter o interesse até o fim por suas diversas (e muito boas) situações. E por falar em franquia o filme cita o apavorante personagem da freira (de Conjuring 2) que vai ganhar filme próprio (veja post).
Precisando de um exorcista de franquias? |
E como um obstinado espírito obsessor, a boneca desgraçada voltou em Annabelle, Comes Home (2019) que parte do resgate da boneca, (sequencia de abertura em Conjuring) pelo casal Warren e seu confinamento na sala de objetos recolhidos nas missões do casal caça-fantasmas. E na ausência dos Warren, uma adolescente, que tenta fazer contato com seu falecido pai, irá retirar Annabelle de seu armário e desencadear eventos sobrenaturais pela casa. A boneca serve de "antena" de espíritos e logo as três garotas protagonistas estarão gritando e correndo e gritando pelo casarão. Annabelle 3 vira assim uma Sessão da Tarde de terror, sem muita graça e que planta descaradamente situações e personagens para integrarem o "universo Conjuring"....
Placar Black Phillip
Annabelle 1 Expectativa 😈😈 Realidade 😈
Annabelle 2 Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈
Annabelle 3 Expectativa 😈😈 Realidade 😈
E se o exorcista de franquias também for um espírito obsessor!?.... |
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