10 de maio de 2018

Annabelle

Annabelle (EUA, 2014)

Diret John R. Leonetti
Com Annabelle Wallis, Ward Horton, Tony Amendola, Alfre Woodard.

Annabelle (EUA, 2014)

Filha de uma Chucky! Então, depois de The Conjuring que deu muito certo e fez seu merecido sucesso, tivemos as consequências. Situação inevitável no mercado moderno que julga as franquias infinitas como indicador de qualidade. Sei não... E no mercado traiçoeiro da indústria pop vamos nos confrontando (querendo ou não) com seus produtos sequenciados e estratégias marketeiras que parecem ter se tornado uma virtude. 
Então vejamos aqui: filme de terror com boneco maligno. Tema difícil e aparentemente já esgotado depois dos filmes de ventríloquos como Na Solidão da Noite (1945) ou Um Passe de Mágica (1978) e depois da série Chucky iniciada em Child's Play (1988).

O filme começa direto do episódio da boneca Annabelle em The Conjuring, que eu sempre achei meio forçado, enxertado, com fins não muito claros na época... (Black Phillip, seu rabugento!) e passa para a vida de um casal no final da década de 60, período conturbado, sensorial, repleto de casos violentos, entre eles o famoso caso Charles Manson que o casal de protagonistas vê na TV. Mia está de gravidez avançada e por algum motivo coleciona bonecas feias de doer. John é o atencioso marido que presenteia a esposa com mais uma boneca velha-guarda para a coleção. Justamente a Annabelle do título. Em uma noite de pavor, o casal tem sua residência invadida por uma dupla de satanistas que os ataca. O casal de invasores faz vítimas na vizinhança (episódio esclarecido no filme 2), Mia e John deverão ser os próximos, mas a polícia chega a tempo de balear os invasores. Só que, antes de morrer, a mulher invasora consegue transpor seu espírito para a boneca (olha o Chucky aí!). Por fim, a boneca servirá como uma condutora do demônio que o casal satanista tentava trazer ao mundo.

A primeira surpresa de Annabelle é que ele tenta um trabalho de direção refinado sem apelar a banalidades, mas na falta de um elenco empenhado e com um roteiro que reúne clichê após clichê, não teve muito como escapar de ser um terrorzinho corriqueiro que não entusiasma em nenhum momento. Salva-se a cena do susto da garotinha correndo na porta! Uma ótima cena, isolada no conjunto monótono.

Então, voltando ao raciocínio da indústria pop, conclui-se que um filme como Annabelle é ótimo para o exercício de novos profissionais e para seu enriquecimento curricular, mas é uma armadilha perigosa para o espectador. É isso e só isso...


Mas por alguma manobra marketeira inventaram de fazer uma sequência, estender a franquia e então veio Annabelle: Creation (2017). Prequel. A origem da boneca desgraçada que serve de condutor de espíritos. Aqui é o construtor de bonecas Samuel Mullins (Anthony La Paglia) que perde a filha em um atropelamento na estrada e passa a viver em reclusão junto da esposa (Miranda Otto). Anos mais tarde eles atendem um grupo de garotas de um orfanato para uma temporada em seu casarão e as manifestações começam: o espírito enraivecido da menina atropelada quer se apossar da alma de uma das garotas. Dirigido por David F. Sandberg (Lights Out), este segundo filme ao menos tem atmosfera e um trabalho de direção que rende bem, dramática e tecnicamente. Mas erra, como o filme 1, em um elenco de personagens sem graça e subaproveita alguns momentos, como o espantalho (nova franquia vindo aí?). Pelo menos este capítulo 2 tem consistência suficiente para manter o interesse até o fim por suas diversas (e muito boas) situações. E por falar em franquia o filme cita o apavorante personagem da freira (de Conjuring 2) que vai ganhar filme próprio (veja post).

Precisando de um exorcista de franquias?

E como um obstinado espírito obsessor, a boneca desgraçada voltou em Annabelle, Comes Home (2019) que parte do resgate da boneca, (sequencia de abertura em Conjuring) pelo casal Warren e seu confinamento na sala de objetos recolhidos nas missões do casal caça-fantasmas. E na ausência dos Warren, uma adolescente, que tenta fazer contato com seu falecido pai, irá retirar Annabelle de seu armário e desencadear eventos sobrenaturais pela casa. A boneca serve de "antena" de espíritos e logo as três garotas protagonistas estarão gritando e correndo e gritando pelo casarão. Annabelle 3 vira assim uma Sessão da Tarde de terror, sem muita graça e que planta descaradamente situações e personagens para integrarem o "universo Conjuring"....

Placar Black Phillip
Annabelle 1  Expectativa 😈😈    Realidade 😈
Annabelle 2  Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈
Annabelle 3  Expectativa 😈😈    Realidade 😈

E se o exorcista de franquias também for um espírito obsessor!?....

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