The Haunting (EUA, 1963)
Diret Robert Wise
Com Julie Harris, Richard Johnson, Claire Bloom, Russ Tamblyn.
– A presença de vocês pode estimular as estranhas forças que ocorrem aqui.
– Seremos como iscas vivas?
A melhor casa suspeita. Richard Johnson é um antropólogo que reúne um grupo de pessoas para uma temporada no velho e sinistro casarão Hill House. Sua intenção é a aproximação científica dos eventos, a curiosidade analítica e a possível constatação de fatos. Richard pode estar catalogando um dos maiores fenômenos na área pouco explorada da espiritualidade. Mas... a monumental construção que acumula histórias de loucura e morte desde o século XIX, irá fazer um estrago muito maior nos corações e mentes dos presentes. Muito mais do que mover objetos ou fazer contato com poltergeists, Hill House tem um poder notável sobre os mais instáveis e isso dá uma lógica preocupante para o desenvolvimento do drama.
Tanto o filme quanto a casa estarão interessados especialmente no personagem neurótico e traumatizado de Julie Harris. Ela é a condutora e legitimadora dos eventos sobrenaturais e da atmosfera opressiva que dominará o filme. Ela é uma vilã involuntária cujo destino será procedente, apesar de injusto.
Tanto o filme quanto a casa estarão interessados especialmente no personagem neurótico e traumatizado de Julie Harris. Ela é a condutora e legitimadora dos eventos sobrenaturais e da atmosfera opressiva que dominará o filme. Ela é uma vilã involuntária cujo destino será procedente, apesar de injusto.
"...a house that was born bad..." |
Um dos maiores filmes do cinema de terror, baseado no clássico literário de Shirley Jackson, e um dos filmes preferidos do próprio diretor Robert Wise, The Haunting é assombroso ainda hoje pela sutileza na construção do medo e no envolvimento dos personagens. Enquanto Julie, em sua fraqueza emocional se entrega quase que imediatamente ao pavor e desequilíbrio, Johnson se mantem metódico e distante em sua intenção analítica. E o filme consegue imergir o espectador por sua intransponível foto em preto-e-branco criando um notável senso de sufocamento e enclausuramento, como um mundo à parte.
O show maior é da cenografia e design de cena com a profusão de estátuas e faces incrustadas em colunas e mobília como inserções, intrusões na realidade dos personagens. Assim como detalhes enigmáticos (como o close do olho de um peixe no jantar) e a desorientação espacial nos espelhos refletindo e alterando espaços da casa. Os detalhes art-nouveau que formam um rosto deformado na parede, conforme a incidência de luz, também foram muito bem aproveitados em um longa sequência de pavor.
Alguns truques técnicos cujo significado não é percebido pelos personagens mas são óbvios para o espectador, como o close na estátua depois que o elenco saiu ou a súbita mudança de ângulo sobre a cama de Julie, aprofundam o mistério reinante em um artifício técnico incômodo que dispensa o susto barato (a fraca refilmagem de 1999 errou justamente no excesso pirotécnico). Um filme repleto de sensações em suas sutilezas técnicas e dramáticas.
• Melhor suspense: a escada espiral.
• Um dos raros efeitos especiais é a porta (de borracha) que parece respirar!
• Curiosa participação de Lois Maxwell a Miss Moneypenny, secretária de James Bond.
• A narração da abertura é precursora de Texas Chainsaw Massacre.
• Veja um clip aperitivo.
Black Phillip já sabia 👻👻👻👻👻
Vidas amargas, almas amargas.... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário