Frenzy (ING, 1972)
Diret Alfred Hitchcock
Clássico do cinismo. Hitchcock de volta a Inglaterra fechou a carreira em grande estilo com este filme (sem contar o fraquinho Family Plot). Depois da queda produtiva e de bilheteria com a mediana repercussão de Marnie, Cortina Rasgada e Topázio, o diretor encontrou novo vigor na volta a sua terra natal. Frenesi é um de seus melhores momentos pela feliz conjunção de elementos diversos como a morbidez tipicamente britânica (tão marcante na obra do diretor), o domínio técnico para efeito dramático, o cinismo declarado, a perfeita direção de atores e a explicitação que a época permitia.
Na região do comércio portuário em Londres, crimes de estrangulamento são notícia corrente. O chamado "assassino da gravata" faz suas vítimas e assombra a população. E quando o fracassado e desempregado Richard (John Finch, o Macbeth de Polanski) é incriminado após uma briga com sua ex-esposa, precisa se ocultar das buscas policiais. Seu amigo e comerciante local Robert Rusk (Barry Foster) é um dos poucos a lhe prestar ajuda e arrumar um local para ele se esconder. Mas as aparências não duram muito e logo saberemos quem é quem no jogo cinematográfico montado no ótimo roteiro de Anthony Shaffer (O Homem de Palha, Jogo Mortal) muito ao gosto do diretor.
Na região do comércio portuário em Londres, crimes de estrangulamento são notícia corrente. O chamado "assassino da gravata" faz suas vítimas e assombra a população. E quando o fracassado e desempregado Richard (John Finch, o Macbeth de Polanski) é incriminado após uma briga com sua ex-esposa, precisa se ocultar das buscas policiais. Seu amigo e comerciante local Robert Rusk (Barry Foster) é um dos poucos a lhe prestar ajuda e arrumar um local para ele se esconder. Mas as aparências não duram muito e logo saberemos quem é quem no jogo cinematográfico montado no ótimo roteiro de Anthony Shaffer (O Homem de Palha, Jogo Mortal) muito ao gosto do diretor.
"Cinismo" é a palavra-chave de Frenesi. Com o assassino revelado logo no início da trama, o filme se dedica a confrontar (cinicamente) a atenção do espectador, como uma "pegadinha Hitchcock": as mulheres são desinteressantes, os personagens antipáticos, a face grotesca das vítimas mortas chega às raias da comicidade caricatural e o filme vai ao cúmulo de desorientar o espectador com excesso de humor, conteúdo perigoso para um thriller (como se Hitchcock estivesse se divertindo com nossa expectativa)! O interesse maior acaba recaindo sobre o assassino que é mais interessante e divertido do que os demais personagens e que se converte no "herói narrativo" do filme! Sem o killer, Frenesi não precisaria ter sido filmado!
Então, montada essa estrutura de base, o filme se dedica a um show de domínio técnico em uma narrativa impecável. Tem momentos antológicos do cinema de suspense como a câmera que segue o assassino e sua próxima vítima até a porta do apartamento mas não entra, volta pelo hall vazio até a rua e passa pelos transeuntes enquanto obviamente outro crime está ocorrendo lá dentro! A longa sequência do corpo no caminhão de batatas também é um dos pontos altos, e nesse momento, em uma ardilosa distorção narrativa, somos levados automaticamente a torcer pelo assassino! O filme só escorrega na lentidão das investigações no terço final e na insistência do humor, mas é um clássico do suspense e (melhor ainda) teve importância extra por integrar Hitchcock ao momento de sucesso que o thriller inglês vivia no período.
• Melhor sequência: o citado corpo no caminhão de batatas.
• Surpresa explícita: o crime na agência matrimonial.
• Expectativa genial: a espera pelo grito da secretária, Richard aliviado no esconderijo, e o citado crime off-camera no apartamento.
• Passou muito em nossa TV, mas tão cortado que é sempre uma surpresa vê-lo em seu corte original.
Black Phillip já sabia 😈😈😈😈
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