Ghost Ship (EUA, 2002)
Diret Steve Beck
Com Gabriel Byrne, Julianna Margulies, Ron Eldard, Desmond Harrington, Isaiah Washington, Karl Urban.
É doce morrer no mar... Terror que faz um curioso apanhado de todas as virtudes e defeitos da produção moderna. Gabriel Byrne é o líder de um grupo de resgate marítimo que descobre uma embarcação desaparecida. O Antonia Graza flutua desde o acidente de 1962 que exterminou a tripulação! E quando Byrne e sua equipe sobem a bordo para investigar descobrem um tesouro em barras de ouro que pode mudar suas vidas! Descobrem também que os eventos inexplicáveis que começam a ocorrer podem fazer com que fiquem retidos no velho cruzeiro como outras equipes de resgate já ficaram!
O Antonia Graza funciona então como um coletor de almas, uma armadilha à deriva em pleno mar que aprisiona os inadvertidos visitantes. Ghost Ship é mais ou menos uma refilmagem de Death Ship (O Navio Assassino, 1980) com George Kennedy e Richard Crenna. A situação inicial é a mesma, mas o desenvolvimento e justificativas mudam. Em Death Ship os sobreviventes de um naufrágio subiam a bordo de um misterioso cargueiro nazista habitado por fantasmas. Na refilmagem a maldição do ouro é que condena os personagens e há um articulador por trás dos eventos e coincidências. Sem comparações, mas enquanto o filme de 1980 era um primor de simplicidade resumindo-se às filmagens no velho cargueiro enferrujado, este Ghost Ship é um desfile de eventos sobrenaturais. Visualmente é um show impecável com um clima excelente pelos porões inundados do navio e na inusitada amizade com a garota fantasma!
Só tropeça nos imperativos do cinema moderno como na cena do feijão (precisava?!), ou a pirotécnica sequência digital em que o baile que acontecera no cruzeiro "volta a vida" diante de um dos integrantes (tudo isso só pra fazê-lo tropeçar no poço?!). O vilão fraquinho também compromete demais, mas sem querer reclamar muito de um terror-pop, temos Gabriel Byrne segurando a moral do show, uma direção determinada e um notável apuro atmosférico suficientemente forte para engolir personagens e espectadores. Resumindo: Ghost Ship consegue se manter muito bem na média do terror-pipoca contemporâneo.
• Melhor cena: o encontro do Antonia Graza na noite chuvosa.
• Referência: Byrne toma um trago com o velho capitão, como Jack Torrance em The Shinning.
• Enigma: por que as barras de ouro ficaram limpinhas depois desse tempo todo?!
• Não sei não, mas as pessoas decepadas pelo cabo de aço me pareceu coisa do Patolino ou Papa-Léguas!
• Pelo menos uma vez um "final apoteótico" se justificou belamente com as almas libertadas.
Expectativa 🚢 Realidade 🚢🚢🚢
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