22 de agosto de 2018

Assombrada Pelo Passado

Haunter (EUA, 2013)

Diret Vincenzo Natali
Com Abigail Breslin, Peter Outerbridge, Stephen McHattie, Michelle Nolden, Eleanor Zichy.

Haunter

Dia da marmota do mal! Terror que tenta originalidade em uma narrativa de difícil decifração. Lisa é uma adolescente que fica retida na véspera de seus 16 anos em um dia que se repete infinitamente. Ajuda a mãe a lavar roupa, ouve as reclamações do pai consertando o carro, ensaia os solos de clarinete de Pedro e o Lobo, sempre tem a mesma refeição à mesa. A rotina da jovem se repete como em uma infinita maldição.

Pobre Lisa, parece ser a única que percebe a repetição de ações, falas e demandas diárias. Lisa só tem sua insuportável rotina alterada quando eventos sobrenaturais começam a interferir. Ela então vai tentar desvendar alguns mistérios: o ambiente em volta de sua casa é envolto em fog, para qualquer lugar a que se desloque, o ponto de chegada é sempre a porta de casa, e parece haver outras realidades em paralelo à sua própria acontecendo na casa. Até que ela encontra um álbum de recortes sobre garotas desaparecidas e mortas por um serial killer. Mas as investigações são barradas por ordem de uma misteriosa entidade e Lisa finalmente desconfia que ela e sua família talvez estejam aprisionados em uma dimensão indefinida...

Haunter é um terror que segue a linha de outros trabalhos do diretor Natali. Com um roteiro no qual os personagens precisam decifrar uma realidade configurada a sua revelia, o filme lembra outros trabalhos do diretor como Cubo e Nothing. Aqui, Natali corre o risco de perder o interesse do espectador pela ausência de pistas e pela lógica estar inserida com sutileza. O risco é grande, mas Haunter tem um roteiro bem cuidado e as situações se sucedem com originalidade. Visualmente também é uma produção muito bem cuidada em seus aspectos nebulosos e sombrios infiltrados no lar-doce-lar da família. O resultado é bastante envolvente, apesar de curiosamente bem pouco emocional. Centrada na percepção de Lisa, o filme é desenvolvido como um labirinto de situações a ser desvendado e não apela nem a sustos banais nem a adrenalina emocional para causar impacto. Com trocas de identidade e tramas reveladas gradualmente Haunter aposta no mistério e na capacidade de detetive de seus espectadores.

• Melhor cena: Lisa entra no quarto de Olivia, a outra garota que "mora na casa"!
• Imponderável mistério: Lisa de bicicleta no fog.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

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