Incident in Ghostland (FRA, CAN, 2018)
Diret Pascal Laugier
Com Crystal Reed, Anastasia Phillips, Mylene Farmer, Emilia Jones, Taylor Hickson.
Zona de desconforto! Um dos aspectos mais fascinantes do cultuado Martyrs foi a forma como o diretor Laugier manipulava as realidades paralelas pela percepção de uma das personagens (na primeira metade do filme). Pois bem, aqui neste terror psicológico (terror subconsciente?!) essa articulação narrativa é a essência da obra.
Beth e Vera mudam-se com a mãe para um casarão de campo. Beth é insegura e exercita seus dotes em escrever histórias fantásticas. Vera é racional, pragmática e raramente tem suas opiniões consideradas pela mãe. Quando chegam ao casarão, chega junto uma estranhíssima dupla que parece a clássica conjunção "mãe louca e filho demente". Ambos gostam de brincar com bonecas! Se possível bonecas vivas!!! Quando a mãe e as filhas ficam retidas no casarão, instaura-se um pesadelo raramente visto no cinema.
O trio é atacado pelos maníacos e as consequências são trágicas. Anos mais tarde, Beth, consagrada como escritora, volta ao local para rever a mãe e a irmã Vera, que parece nunca ter superado a situação traumática vivida no local e se tranca no porão em um constante delírio de pavor. Assim, desdobrando e analisando as relações entre o trio de protagonistas o filme vai, digamos, descendo degraus nas camadas do subconsciente de Beth em um estudo cruel das rejeições, ideais e conveniências que a mente nos impõe. A mentira tornada verdade para o conforto dos sentidos. Tem até uma citação ao Pinóquio em certa altura. E o que a principio parece mais um terror de sustos banais vai engolindo os sentidos em um incômodo beco-sem-saída fílmico! Laugier soma diversos elementos do terror moderno como o detalhismo extreme, o home invasion, a inversão de expectativa, a imersão emocional, o revisionismo gótico e potencializa seu filme de forma rara. Enquanto puro cinema é possível considerá-lo o trabalho mais elaborado e refinado do diretor até o momento.
Beth e Vera mudam-se com a mãe para um casarão de campo. Beth é insegura e exercita seus dotes em escrever histórias fantásticas. Vera é racional, pragmática e raramente tem suas opiniões consideradas pela mãe. Quando chegam ao casarão, chega junto uma estranhíssima dupla que parece a clássica conjunção "mãe louca e filho demente". Ambos gostam de brincar com bonecas! Se possível bonecas vivas!!! Quando a mãe e as filhas ficam retidas no casarão, instaura-se um pesadelo raramente visto no cinema.
O trio é atacado pelos maníacos e as consequências são trágicas. Anos mais tarde, Beth, consagrada como escritora, volta ao local para rever a mãe e a irmã Vera, que parece nunca ter superado a situação traumática vivida no local e se tranca no porão em um constante delírio de pavor. Assim, desdobrando e analisando as relações entre o trio de protagonistas o filme vai, digamos, descendo degraus nas camadas do subconsciente de Beth em um estudo cruel das rejeições, ideais e conveniências que a mente nos impõe. A mentira tornada verdade para o conforto dos sentidos. Tem até uma citação ao Pinóquio em certa altura. E o que a principio parece mais um terror de sustos banais vai engolindo os sentidos em um incômodo beco-sem-saída fílmico! Laugier soma diversos elementos do terror moderno como o detalhismo extreme, o home invasion, a inversão de expectativa, a imersão emocional, o revisionismo gótico e potencializa seu filme de forma rara. Enquanto puro cinema é possível considerá-lo o trabalho mais elaborado e refinado do diretor até o momento.
• Pra acabar: a mãe louca me lembrou o Laerte!
• Momento "doeu até em mim": Beth atacando a dentadas.
• Agonia: Beth se fingindo de boneca para o freak.
• O sonho dos escritores fantásticos: o encontro com Lovecraft !!!
• Tem similaridades com The Evil Within.
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