Kiss of the Damned (EUA, 2015)
Diret Xan Cassavetes
Com Josephine De La Baume, Milo Ventimiglia, Roxane Mesquida, Anna Mouglalis.
Vampiros de elite! Algumas produções contemporâneas no gênero fantástico vêem procurando mostrar fundamentação mais consistente na busca de aparência diferenciada. É o "terror papo sério". A busca por justificativas "sérias" em um gênero francamente popular que parece estar tomando uma forma "nova" ou constituindo o que vem sendo chamado de "pós-terror". Acho tudo meio forçado e desnecessário, afinal, alegorias e simbolismos nem são novidade no terror e no fantástico, aliás são a própria essência do gênero (e da produção artística em geral). A diferença nessa tendência atual é: o que antes era ingrediente de segunda leitura, agora está se tornando o ponto de partida. A base conceitual. Assim parece por filmes como A Noite Devorou o Mundo, Acorrentados e este drama de vampiros com destaque à condição feminina.
A bela Djuna conhece Paolo, um jovem roteirista, e a atração é imediata e irresistível para os dois. Djuna resiste a princípio, mas acaba aceitando o romance e introduz Paolo em seu círculo de reclusos: uma comunidade de vampiros elitizados! Vampiros que ouvem clássicos, curtem filmes golden age, discutem as estruturas sociais e bebem sangue sintético para evitar o contato com as espécies inferiores! Tudo muito bem adequado e funcional e Paolo ingressa maravilhado. Mas aparece Mimi, a irmã caçula de Djuna, e todo equilíbrio poderá ser rompido nas ações irresponsáveis da jovem. Mimi é uma força instintiva (e destruidora) que ameaça não só a relação de Djuna e Paolo, mas também de toda a comunidade. A sociedade é "nutella" e Mimi é "vampira de raiz": sexualmente insaciável, ataca gente de verdade para beber sangue, é afrontosa, provocativa e indomável. Não por acaso, é ela que proporciona os momentos mais sangrentos do filme.
Então o filme levanta questões interessantes em diversas áreas como o embate entre razão e instinto, as configurações sociais e jogos de poder para sua manutenção, o prazer carnal como insubstituível satisfação, e a fragilidade das estruturas sob a aparente perfeição. Quando Mimi leva uma vítima para Xenia, a líder dos vampiros, ela está promovendo um irreversível "apocalipse social"!
Então o filme levanta questões interessantes em diversas áreas como o embate entre razão e instinto, as configurações sociais e jogos de poder para sua manutenção, o prazer carnal como insubstituível satisfação, e a fragilidade das estruturas sob a aparente perfeição. Quando Mimi leva uma vítima para Xenia, a líder dos vampiros, ela está promovendo um irreversível "apocalipse social"!
A questão que fica é que Kiss of the Damned perdeu a chance de ser divertido (enquanto filme pop) para se entregar a discursos pretensamente aprofundados sob a capa do fantástico. Entre o apelo erótico e o discurso fundamentado, o filme é um curioso "exploit de arte"!!!
É o primeiro longa da diretora Alexandra Cassavetes, filha de John e Gena Rowlands, que já demonstra um domínio invejável na direção de atores e bom gosto visual.
• A referência aos anos 70 é visível nos créditos que parecem abertura da Hammer e inclusão de músicas do grupo Acanthus! Assim como o cartaz e o próprio título.
• Mais referência: Djuna conhece Paolo em uma locadora de fitas VHS!
• Melhor cena: Xenia, depois de anos de abstinência, não resiste ao sangue fresco!
• Ironia amarga (e discordando de Nietzsche): nem a arte é suficiente para compensar a realidade!
Expectativa 😈😈😈 Realidade 😈😈
Você morderia o pescoço de Nietzsche?... |
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