1 de março de 2019

A Maldição da Caveira

The Skull (ING, 1965)

Diret Freddie Francis
Com Peter Cushing, Patrick Wymark, Jill Bennett, Christopher Lee, Nigel Green.

A Maldição da Caveira

Collector´s item! Clássica produção da Amicus entre as melhores do período. Peter Cushing é um colecionador de objetos de arte que recebe algumas ofertas "alternativas" de Patrick Wymark um fornecedor agindo ilicitamente. Entre as recentes aquisições de Cushing consta uma biografia do Marquês de Sade editada em um livro de pele humana! E finalmente Wymark oferece sua melhor peça: o crânio do Marquês, na verdade roubado de Christopher Lee, um colecionador rival que nem mesmo lamenta o roubo da valiosa peça uma vez que experimentou o poder maléfico que a caveira exerce sobre quem a possui. Cushing pouco se importa com as crenças e superstições envolvendo a peça até que seus delírios e impulsos assassinos causam um distúrbio irreversível em sua vida!

Com roteiro baseado em conto de Robert Bloch, The Skull surpreende no mínimo de situações que desenvolve e no máximo de clima que alcança. Freddie Francis arranca o que pode do suspense, da lentidão e da expectativa para estender a narrativa em um longa e o que consegue é um notável exercício em imersão. O confronto hipnótico de Cushing com a caveira no armário é exemplar da manipulação atmosférica. É uma longa sequência em que nada acontece (fisicamente) e toda a carga de terror está na entrelinha. Incrível e até desconcertante, considerando que o cinema B assumiu como padrão as narrativa que privilegiam a ação física sobre a perceptiva.


O maior destaque da produção vai para a excelência visual do filme. O acabamento detalhadíssimo de cenografia e fotografia cria sua imersão em nível de arrebatamento barroco. Um exercício atmosférico como poucos.
No elenco, Peter Cushing tem um de seus melhores momentos no gênero. Temos ainda a participação ligeira de Christopher Lee como o colecionador rival. Patrick Wymark, especialista em detetives e generais, como o escroque ladrão-fornecedor. Nigel Green como um inspetor assistido por Patrick Magee (que mal aparece) e ainda Michael Gough como o leiloeiro de peças de arte na abertura.


• Melhor sequência: a caveira saindo do armário de vidro diante do incrédulo colecionador.
• Delírio: Cushing fazendo roleta russa.
• Memorável: os pontos-de-vista da caveira sobre o elenco.
Efx fake: barbantinhos pretos sustendo a caveira diante da câmera!

Expectativa 💀💀💀   Realidade 💀💀💀💀

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