O Stanley Kubrick da podreira! Diretor italiano que fez sua carreira em diversos gêneros beneficiando-se de um período de riquíssima e variada atividade no cinema popular europeu, especialmente o italiano. Fulci foi um dos muitos diretores que fez carreira estando disponível ao mercado de produções corriqueiras. Produziu em praticamente todos os gêneros populares, dos anos 50 aos 90!
• Lucio Fulci nasceu em Roma em 1927. Iniciou carreira em fins dos anos 50 como roteirista e assistente de direção, e passou por diversas linhas da produção popular: comédias, faroestes, espionagem, sátira de espionagem, thriller, terror e policial. Com Una Sull'Altra arriscou um filme de suspense entre as diversas comédias que então dirigia. Com Una Lucertola Con La Pele Di Donna experimentou o bem sucedido filão dos giallos, gênero em alta no início dos anos 70. Finalmente com Zombie, produzido como sequência não oficial de Dawn of Dead, fez história como um dos principais diretores dos excessos sangrentos, então referidos como splatter cinema. Na busca por estilização, o diretor empregou recursos ensaiados em filmes diversos e os expandiu como pode: assim os closes extremos de detalhes escatológicos, filmagem com câmera solta ou a montagem de fragmentos confrontantes, configuraram uma estética única que o diretor empregaria com grande efeito onírico e/ou insano.
Em sua questionável generosidade cênica, Fulci explorou conceitos limítrofes em explicitação de violência na intenção de superar os excessos praticados. Se o público esta pagando para ver violência nos filmes, ele dava seu jeitinho de ir além da fronteira. As surras de chicote em Tempo de Massacre ou o canibalismo em Os 4 do Apocalipse (ambos faroestes) são bons exemplos do extrapolar estético que o diretor afrontosamente praticava. O resultado pode facilmente ser acusado de gratuito ou apelativo, mas... no terreno do exploit, quem mais apela é rei! Seus filmes seguintes a Zombie são clássicos do período splatter. Nem todos foram equilibrados em sua proposta: Luca o Contrabandista por exemplo, é um policial com um desfile absurdo de cenas violentas nem sempre integradas à proposta do gênero (policial) e a prova de que os excessos gráficos ficariam melhor adequados à suspensão fantasiosa dos filmes de terror em sua obliteração da lógica. Por isso L'Aldilá é considerado um de seus melhores momentos. Infelizmente a opção pelo excesso não se sustentaria por muito tempo e Fulci foi perdendo a linha em filmes menos interessantes como Manhattan Baby e Murder Rock.
A saúde prejudicada pelo diabetes no final dos anos 80 também interfere bastante e sua produção cai visivelmente de nível em filmes irregulares e co-direções (Aenigma, Zombie 3). Mas o Godfather of Gore ainda teria uma feliz recuperação artística em alguns bons trabalhos do início dos anos 90 que revisitam o melhor de seus anos de ouro. Fulci viria a falecer em 1997 com a saúde bastante debilitada pelo diabetes.
1972 Non Si Sevizia un Paperino (O Mistério do Bosque dos Sonhos) • Tomas Millian e Barbara Bouchet investigam as diversas mortes de garotos ocorridas em uma comunidade rural. Florinda Bolkan é uma suposta bruxa que tem ligação com os casos. Um dos melhores do diretor com seu roteiro inventivo, violência abusiva e um tema ainda polêmico envolvendo pedofilia. Fulci considerava Florinda Bolkan a melhor atriz com quem ele já havia trabalhado. 😈😈😈😈
1977 Sette Notte in Nero • Suspense criminal que surpreende pela discrição. Jennifer O'Neil é uma decoradora cujo marido (Gianni Garko) é implicado em um crime acontecido há muitos anos. Jennifer é sensitiva e tem visões que podem ajudar na solução do crime e na absolvição do marido. Não é exatamente um giallo, mas é um dos melhores momentos do diretor, aqui surpreendendo no extremo oposto ao que o fez famoso: Sette Notte in Nero tem narrativa lógica e discreta e com um cuidado estético acima da média. 😈😈😈😈
• Lucio Fulci nasceu em Roma em 1927. Iniciou carreira em fins dos anos 50 como roteirista e assistente de direção, e passou por diversas linhas da produção popular: comédias, faroestes, espionagem, sátira de espionagem, thriller, terror e policial. Com Una Sull'Altra arriscou um filme de suspense entre as diversas comédias que então dirigia. Com Una Lucertola Con La Pele Di Donna experimentou o bem sucedido filão dos giallos, gênero em alta no início dos anos 70. Finalmente com Zombie, produzido como sequência não oficial de Dawn of Dead, fez história como um dos principais diretores dos excessos sangrentos, então referidos como splatter cinema. Na busca por estilização, o diretor empregou recursos ensaiados em filmes diversos e os expandiu como pode: assim os closes extremos de detalhes escatológicos, filmagem com câmera solta ou a montagem de fragmentos confrontantes, configuraram uma estética única que o diretor empregaria com grande efeito onírico e/ou insano.
Em sua questionável generosidade cênica, Fulci explorou conceitos limítrofes em explicitação de violência na intenção de superar os excessos praticados. Se o público esta pagando para ver violência nos filmes, ele dava seu jeitinho de ir além da fronteira. As surras de chicote em Tempo de Massacre ou o canibalismo em Os 4 do Apocalipse (ambos faroestes) são bons exemplos do extrapolar estético que o diretor afrontosamente praticava. O resultado pode facilmente ser acusado de gratuito ou apelativo, mas... no terreno do exploit, quem mais apela é rei! Seus filmes seguintes a Zombie são clássicos do período splatter. Nem todos foram equilibrados em sua proposta: Luca o Contrabandista por exemplo, é um policial com um desfile absurdo de cenas violentas nem sempre integradas à proposta do gênero (policial) e a prova de que os excessos gráficos ficariam melhor adequados à suspensão fantasiosa dos filmes de terror em sua obliteração da lógica. Por isso L'Aldilá é considerado um de seus melhores momentos. Infelizmente a opção pelo excesso não se sustentaria por muito tempo e Fulci foi perdendo a linha em filmes menos interessantes como Manhattan Baby e Murder Rock.
A saúde prejudicada pelo diabetes no final dos anos 80 também interfere bastante e sua produção cai visivelmente de nível em filmes irregulares e co-direções (Aenigma, Zombie 3). Mas o Godfather of Gore ainda teria uma feliz recuperação artística em alguns bons trabalhos do início dos anos 90 que revisitam o melhor de seus anos de ouro. Fulci viria a falecer em 1997 com a saúde bastante debilitada pelo diabetes.
Alguns destaques
1969 Una Sull'Altra • Depois do falecimento da esposa, Jean Sorel se envolve com uma misteriosa stripper, sósia da falecida. Suspense com forte carga erótica, especialmente pela presença de Marisa Mell em um thriller pop típico do período. Fulci enfatiza o óbvio ao extremo em cada momento, seja a morbidez de um velório, corpo no necrotério, sessões de foto erótica ou nas relações intimas entre os personagens. Tem alguma influência de Vertigo com o personagem "renascido" de Marisa na figura da stripper que fascina o viúvo. No elenco de caras conhecidas, Elsa Martinelli, Alberto De Mandoza e John Ireland. 😈😈😈
1972 Non Si Sevizia un Paperino (O Mistério do Bosque dos Sonhos) • Tomas Millian e Barbara Bouchet investigam as diversas mortes de garotos ocorridas em uma comunidade rural. Florinda Bolkan é uma suposta bruxa que tem ligação com os casos. Um dos melhores do diretor com seu roteiro inventivo, violência abusiva e um tema ainda polêmico envolvendo pedofilia. Fulci considerava Florinda Bolkan a melhor atriz com quem ele já havia trabalhado. 😈😈😈😈
1977 Sette Notte in Nero • Suspense criminal que surpreende pela discrição. Jennifer O'Neil é uma decoradora cujo marido (Gianni Garko) é implicado em um crime acontecido há muitos anos. Jennifer é sensitiva e tem visões que podem ajudar na solução do crime e na absolvição do marido. Não é exatamente um giallo, mas é um dos melhores momentos do diretor, aqui surpreendendo no extremo oposto ao que o fez famoso: Sette Notte in Nero tem narrativa lógica e discreta e com um cuidado estético acima da média. 😈😈😈😈
1979 Zombie • Um barco que chega vazio à New York faz um grupo empreender uma busca aos tripulantes desaparecidos. O destino é uma ilha onde um cientista faz experiências com reanimação de cadáveres. Logo a equipe estará ameaçada pelos zumbis que aparecem em número crescente. Clássico do gênero e um dos responsáveis pela onda de filmes de zumbis no período. Ótimos efeitos sangrentos de Gianetto Di Rossi fotografados em closes generosos e de quebra a antológica-icônica-inesquecível cena do "empalamento ocular"! Visivelmente B em sua produção, Zombie é o melhor exemplo da gratuidade insana, escatológica e violenta que caracterizou o descompromisso racional natural ao fantástico. 😈😈😈
1980 Paura Nella Citta Dei Morti Viventi • Veja o post.
1981 The Beyond • Esse já tem post.
1981 Black Cat • Também tem post.
1981 Quella Villa Accanto al Cimitero • Veja em My House.
1982 New York Ripper • Veja em More Italian Sleazy.
1982 Manhattan Baby • Christopher Connely é um arqueólogo que abre uma cova em suas escavações no Egito e liberta um espírito maligno. Sua filha Susie é gradualmente possuída pelo espírito e o apartamento em que moram começa a se tornar uma espécie de passagem dimensional que faz pessoas sumirem! Fulci perdendo a linha em uma fantasia menor. Parece feito de sobras de The Beyond (efeitos, ideias, cenários, atores...), mas aqui a fragmentação da narrativa não funciona e prejudica demais o filme. A morte do taxidermista é puro Fulci, mas sozinha não salva o show. A brancura fantasmagórica da fotografia e a trilha de Fabio Frizzi garantem algum prazer nostálgico... 😈😈
1983 Conquest • Estranhíssima tentativa de aventura primitiva na linha Conan. Dois guerreiros se unem contra as forças de uma feiticeira meio humana, meio animal. Ambientado em época remota e indefinida, Conquest é uma experiência quase lisérgica em sua fotografia que mais esconde do que revela entre névoa, escuridão e contra-luzes! Meio sem pé nem cabeça, mas tão bizarro visualmente na aproximação aos quadrinhos e arte fantástica (Frank Frazetta especialmente) que merece uma checada. 😈😈
1990 A Cat in the Brain • Fulci interpreta a si mesmo nesta bela pilantragem fílmica. Ele é um diretor de filmes de terror em crise pois sua percepção está sendo alterada por delírios de violência! Será que Fulci está pirando de tanto dirigir bagaceiras violentas?! E o filme engrena quando seu psiquiatra começa a matar usando o problema do diretor como álibi! Ideia interessante mas feita de colagem de outros filmes em resultado com cara de "colcha de retalhos". Mais ou menos como Delírios de um Anormal de Mojica. Um respeitável catálogo de cenas sangrentas, mas gratuito no conjunto... 😈
1991 Voci Dal Profondo • Veja no post.
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