Mazirian parou indeciso. Não era bom usar tantos encantamentos e com isso esbulhar-se do poder. O que poderia existir sob o lago? [...] Entretanto como a figura da garota não viesse à tona, ele invocou o Encanto da Alimentação Incansável e penetrou nas águas frias. Ele mergulhou fundo no Lago dos Sonhos e, estando em pé no fundo, sem forçar os pulmões por causa do encanto, ele maravilhou-se diante do local de aura sobrenatural onde penetrara. Em vez de trevas, um brilho esverdeado estava por toda parte, e a água era um pouco menos clara que o ar. (Mazirian, o Mágico)
• Magos é uma imprescindível coletânea de contos fantásticos selecionados por Isaac Asimov, Martin Greenberg e Charles Waugh para a série Mundos Mágicos da Fantasia. Lançado originalmente em 1983, o livro reúne contos dos anos 50, 60 e 70 com destaque especial a O Povo do Circulo Negro, quase uma novela (78 páginas) com uma aventura de Conan escrita por Robert E. Howard em 1934!
• Magos é uma imprescindível coletânea de contos fantásticos selecionados por Isaac Asimov, Martin Greenberg e Charles Waugh para a série Mundos Mágicos da Fantasia. Lançado originalmente em 1983, o livro reúne contos dos anos 50, 60 e 70 com destaque especial a O Povo do Circulo Negro, quase uma novela (78 páginas) com uma aventura de Conan escrita por Robert E. Howard em 1934!
Alternando fantasia medieval, ambientações contemporâneas e delírios intergaláticos, autores conhecidos a outros pouco citados, a seleção faz um criterioso apanhado da produção moderna na literatura fantástica. É notável o cuidado na seleção de contos e a alternância de climas narrativos que trazem surpresas como o satírico Espere, Por Favor contando sobre um homem enfeitiçado por engano e que se transforma em um elefante por 24 horas a cada data festiva do ano! Ou a tocante aventura de um garoto que vive em uma comunidade regida por magia e quer conhecer o mundo para além da muralha que cerca sua habitação em A Muralha ao Redor do Mundo. Nessa linha de leitura mais poética do que aventureira também se destaca O Filho do Cavalo Branco, sobre um garoto descobrindo um mundo mais amplo em sua percepção e capacidade de contar histórias. A amizade com um misterioso casal de velhos que ele conhece na estrada é determinante nos caminhos de descoberta do jovem talento narrador, para incômodo dos familiares que o querem restringir.
Uma árvore no meio da sala crescia a partir do assoalho e lançava seus galhos para cima, como a suportar o teto. Coelhos, codornas e um gato preguiçoso olhavam para mim por entre galhos e raízes. Um banco de madeira circundava a base da árvore. Do outro lado dela ouvi alguém respirando. O velho mostrou seu rosto, sorriu para mim e levantou seu longo cachimbo, cumprimentando-me.
– Oi garoto – disse ele.
– Parece que desta vez o garoto quer nos contar uma história – disse a velha.
Mais tradicionais, aventuras como O Olho de Tandyla (sobre o roubo de uma joia mágica presa à fronte de uma estátua por um feiticeiro e seu ajudante) ou o humorado O Salvador na Fortaleza (sobre um herói atlanteano que salva uma princesa do castelo de um mago), poderiam render filmes divertidos.
Em E os Monstros Andam, um marinheiro descobre uma invasão de espíritos malignos em Londres. Na tradição das espionagens em tempos de guerra-fria (o "mal" vem do Oriente!), o conto poderia ser um argumento perfeito a um filme de espionagem com um pé no fantástico.
Alguma coisa rasgou as cortinas do vestíbulo e eu a vi, lá, ameaçadora, os olhos vermelhos esfumaçados olhando fixamente, como fogos sombrios de mal infinito, o corpo um espécie de sombra, malformada e vil, as enormes mãos peludas procurando por nós, a boca emitindo sons sibilantes. Novamente o poder d'Aquele Que Não Anda atingia seu objetivo, quando percebi que aquela coisa tinha sido transportada por pensamento para aquela mesma sala, para nos destruir.
Evitando cuidadosamente a repetição de conteúdos, a seleção de contos em Magos apresenta aventura, humor, encantamento, poesia, suspense e terror em doses equilibradas. Infalível e essencial a estante dos interessados em literatura fantástica. Uma seleção que começa com Mazirian, o Mágico de Jack Vance não poderia dar errado.
Mergulhado em seus pensamentos, Mazirian, o mágico caminhava por seu jardim. Árvores carregadas de intoxicação sobrepairavam em seu caminho, e as flores faziam obedientes reverências quando ele passava. Apenas uma polegada acima do solo os olhos das mandrágoras, embaciados como a ágata, seguiam os passos de seus pés calçando chinelos pretos. Assim era o jardim de Mazirian – três terraços repletos de uma vegetação estranha e maravilhosa.
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Leitura radical
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Leitura passional
Riquíssima seleção de situações variadas.
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Mazirian o Mágico - 1950, Jack Vance
Leitura radical
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Leitura passional
Riquíssima seleção de situações variadas.
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Mazirian o Mágico - 1950, Jack Vance
Espere, Por Favor - 1961, Ron Goulart
Para Que Serve Uma Adaga de Vidro - 1972, Larry Niven
O Olho de Tandyla - 1951, L. Sprague de Camp
O Filho do Cavalo Branco - 1979, Greg Bear
O Colar de Semley - 1964, Ursula K. Le Guin
E os Monstros Andam - 1952, John Jakes
O Salvador na Fortaleza - 1979, Mandy Wade Wellman
A Muralha ao Redor do Mundo - 1953, Theodore Cogswell
O Povo do Círculo Negro - 1934, Robert E. Howard
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