Skjult

Skjult (Dinamarca, 2009)

Diret Pal Oie

Com Kristopher Joner, Bjart Hjelmeland, Cecilie Mosli, Marco Iversen Kanic.

Herança pegadinha. O jovem Kai Koss volta a sua cidade natal depois de herdar a velha casa de sua mãe. Logo estará sendo vítima de lembranças traumáticas da infância, dos maus tratos pela velha mãe, de seu confinamento em uma sala secreta na casa, da antipatia dos locais. O quadro de Koss tende a piorar e suas visões e manifestações pelos corredores escuros da casa indicam que tanto o imóvel como seu herdeiro carregam traumas inconfessáveis.

Sara é uma agente e a única pessoa que parece mostrar preocupação pelo estado do rapaz e quando desaparecimentos começam a assombrar o local, ele passa a ser o principal suspeito...

Temos então um terror psicológico bem incômodo e imersivo por sua pesada atmosfera de sombras frequentes. Narrado totalmente pela percepção do protagonista, fica difícil discernir entre o que é real, o que é trauma manifestado e o que é ameaça externa aos que se aproximam da casa. O próprio filme também não esclarece se as ameaças são físicas ou espirituais fazendo da narrativa um intrigante convite de decifração entre aspectos incorpóreos e a mera violência física que circundam o pobre Koss. A certeza é que ele é um caso seríssimo de desajuste em muitos níveis: do emocional e comportamental ao social. Herdou muito mais do que apenas a casa decrépita e conduz o filme por um labirinto de informações e sensações invariavelmente macabras.

Dirigido com firmeza, Skjult é o filme que agradará a quem prefere a alternativa. Integra um pouco das obviedades modernas (jumps, violência explícita) mas só como sustento ao conjunto. O resultado passa longe do entretenimento pop e seu aspecto estético íntegro e uniforme, o caracteriza como um filme-lugar dos mais sombrios já feitos.

• Melhor cena: Koss e o suposto assassino fazendo "imitose" na floresta.
• Clichê que sempre funciona: a bola infantil caindo pelos degraus...
• Enigma: os bonequinhos de pano...

• Diretor e ator já haviam feito Villmark.

Expectativa 😈😈😈   Realidade 😈😈😈