Brincava com drogas. O tal haxixe que trouxera do Marrocos. Uma ou duas vezes com LSD. Foi assim que afinal consegui. Ele estava lá deitado, com a cabeça aberta para quem quisesse entrar. Simplesmente fui entrando e dei uma olhada em volta. Experimentei ver com seus olhos, ouvir música no seu rádio, fazê-lo mexer com a mão. Era como roubar um carro.
• História de possessão anterior a O Exorcista. Norah Delaney encontra seu irmão Joel em estado de alteração e choque em seu apartamento e ele é recolhido a um hospital psiquiátrico. Mesmo depois da alta, o convívio com Joel vai se complicando por sua instabilidade emocional até que um crime pode associá-lo a um serial killer que atua há anos na cidade. Norah então investiga os detalhes do mistério que pode implicar seu irmão para descobrir o que pode ser a possessão por um jovem marginalizado, protegido de uma feiticeira haitiana. E assim a americana classe-média se embrenha no mundo (submundo pelos padrões do livro) da magia trazida das culturas "primitivas" para o spanish harlem e periferias novaiorquinas.
Momentos loucos da tarde não paravam de voltar. O refrão entoado por Don Pedro e a ladainha das respostas, o cheiro de incenso, o brilho das velas, o rosto contorcido do rapaz, deitado no chão. Tudo tinha o poder obsessivo dos sonhos febris que perduram mesmo depois que se acorda.
Narrado totalmente na percepção da protagonista, em leitura rápida e fluente como um best-seller, o romance é cuidadosamente dosado de detalhes para o crescente de suspense. Daqueles que inevitavelmente o leitor vai visualizando como um filme por sua narrativa, encadeamento de cenas, flash-backs, pontos de virada (plot points inesperados) e inserção de detalhes macabros.
...ao entrar no apartamento acharam a cabeça dela pendurada pelas pontas da longa cabeleira a uma trepadeira junto à janela... A polícia declarou que não há indícios de arrombamento... O motivo não deve ter sido roubo.
Certamente que foi escrito tendo em vista o mercado cinematográfico e sem surpresa, A Maldição de Joel Delaney viria a se tornar um longa mediano estrelado por Shirley MacLaine e Perry King em 1972. O prefácio e propagandas falam maravilhas do livro comparando-o a O Bebe de Rosemary e O Exorcista. Não é o caso, mas tem a virtude ter sido escrito antes de O Exorcista e A Profecia e antecipou muito da orientação das histórias de terror (em livros e no cinema) na década de 1970 com sua erudição de detalhes, dosagem de revelações e curva narrativa apontando para um clímax de tensão com a família ameaçada pelo assassino e o cerco policial na casa.
• História de possessão anterior a O Exorcista. Norah Delaney encontra seu irmão Joel em estado de alteração e choque em seu apartamento e ele é recolhido a um hospital psiquiátrico. Mesmo depois da alta, o convívio com Joel vai se complicando por sua instabilidade emocional até que um crime pode associá-lo a um serial killer que atua há anos na cidade. Norah então investiga os detalhes do mistério que pode implicar seu irmão para descobrir o que pode ser a possessão por um jovem marginalizado, protegido de uma feiticeira haitiana. E assim a americana classe-média se embrenha no mundo (submundo pelos padrões do livro) da magia trazida das culturas "primitivas" para o spanish harlem e periferias novaiorquinas.
Momentos loucos da tarde não paravam de voltar. O refrão entoado por Don Pedro e a ladainha das respostas, o cheiro de incenso, o brilho das velas, o rosto contorcido do rapaz, deitado no chão. Tudo tinha o poder obsessivo dos sonhos febris que perduram mesmo depois que se acorda.
Narrado totalmente na percepção da protagonista, em leitura rápida e fluente como um best-seller, o romance é cuidadosamente dosado de detalhes para o crescente de suspense. Daqueles que inevitavelmente o leitor vai visualizando como um filme por sua narrativa, encadeamento de cenas, flash-backs, pontos de virada (plot points inesperados) e inserção de detalhes macabros.
...ao entrar no apartamento acharam a cabeça dela pendurada pelas pontas da longa cabeleira a uma trepadeira junto à janela... A polícia declarou que não há indícios de arrombamento... O motivo não deve ter sido roubo.
Certamente que foi escrito tendo em vista o mercado cinematográfico e sem surpresa, A Maldição de Joel Delaney viria a se tornar um longa mediano estrelado por Shirley MacLaine e Perry King em 1972. O prefácio e propagandas falam maravilhas do livro comparando-o a O Bebe de Rosemary e O Exorcista. Não é o caso, mas tem a virtude ter sido escrito antes de O Exorcista e A Profecia e antecipou muito da orientação das histórias de terror (em livros e no cinema) na década de 1970 com sua erudição de detalhes, dosagem de revelações e curva narrativa apontando para um clímax de tensão com a família ameaçada pelo assassino e o cerco policial na casa.
📚
Leitura Radical
A forma de best-seller é óbvia demais.
•
Leitura Passional
Perfeito pop dos anos 70.
____________________________________
A Maldição de Joel Delaney
The Possession of Joel Delaney - Ramona Stewart, 1970
Leitura Radical
A forma de best-seller é óbvia demais.
•
Leitura Passional
Perfeito pop dos anos 70.
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A Maldição de Joel Delaney
The Possession of Joel Delaney - Ramona Stewart, 1970
Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1970
240 páginas
240 páginas
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