E conforme fora se aproximando de onde eles moravam, havia descoberto que, mesmo quando não estava perto deles, podia algumas vezes ouvir os estranhos sons vindo de suas cabeças, aquelas complicadas e confusas vozes de suas mentes. Nunca matara nada por nenhum outro motivo que não encher a barriga e proteger sua tribo, mas agora a vingança havia adquirido uma característica inesperada: prazer.
• De cara o argumento desse livrão de mais de 500 páginas me pegou de surpresa. E nem foi uma surpresa boa: a premissa é sobre uma criatura que ataca desavisados na floresta!!! Peraí! Jason? Slasher in the woods? Um livro moderno com uma storyline retrô dessas, em uma era em que as obras se empenham justamente em escapar de parecer um pastiche de clichês surrados? Preciso checar isso!
• De cara o argumento desse livrão de mais de 500 páginas me pegou de surpresa. E nem foi uma surpresa boa: a premissa é sobre uma criatura que ataca desavisados na floresta!!! Peraí! Jason? Slasher in the woods? Um livro moderno com uma storyline retrô dessas, em uma era em que as obras se empenham justamente em escapar de parecer um pastiche de clichês surrados? Preciso checar isso!
E na checagem, O Assassino das Sombras desfila descaradamente sua escrita ligeiríssima como se poderia supor pela proposta pop. Com um texto que não se esforça criativamente, enquanto literatura, e capítulos curtos, divididos em blocos ainda menores de ações paralelas, o livro flui despretensioso como um filme B. Conta sobre as atividades em uma região montanhosa e o desaparecimento de dois amigos advogados que fazem trilha pelas montanhas. O mistério em torno do desaparecimento dispara uma série de ações intercaladas que levam a busca de uma suposta criatura humanoide atacando na região.
Existem indícios fósseis suficientes para confirmar que um imenso hominídeo conhecido como giganthopithecus de fato existiu na história evolucionária recente. Então, a pergunta não é se eles existem, mas se eles ainda existem.
E, sem disfarce, a narrativa reúne todos os personagens e lugares-comuns de um roteiro do gênero: tem repórter inescrupulosa que paquera um detetive encarregado no caso, tem um agente florestal que viu o monstro mas ninguém acredita nele, tem cientista que pesquisa a criatura mas foi desacreditado profissionalmente, tem personagens aleatórios que só servem ao body count, e por aí vai. Você já viu um filme assim. Tem até um índio mais ou menos desagregado de suas tradições místicas e um confronto final sob chuva e trovoadas.
Um ingrediente curioso que tempera a narrativa é a consciência primitiva do monstro, que integra a ação em pensamentos rudimentares e a sede de sangue justificada na condução de suas ações contra os chamados duas-pernas.
Sua viagem o levara a cruzar muitas montanhas, e ele havia continuado até chegar àquele lugar. Seu desejo de vingança não tinha limites, e depois de descobrir que os pequenos duas-pernas eram uma boa fonte de carne, ele sabia que havia encontrado seu novo lar.
Existem indícios fósseis suficientes para confirmar que um imenso hominídeo conhecido como giganthopithecus de fato existiu na história evolucionária recente. Então, a pergunta não é se eles existem, mas se eles ainda existem.
E, sem disfarce, a narrativa reúne todos os personagens e lugares-comuns de um roteiro do gênero: tem repórter inescrupulosa que paquera um detetive encarregado no caso, tem um agente florestal que viu o monstro mas ninguém acredita nele, tem cientista que pesquisa a criatura mas foi desacreditado profissionalmente, tem personagens aleatórios que só servem ao body count, e por aí vai. Você já viu um filme assim. Tem até um índio mais ou menos desagregado de suas tradições místicas e um confronto final sob chuva e trovoadas.
Um ingrediente curioso que tempera a narrativa é a consciência primitiva do monstro, que integra a ação em pensamentos rudimentares e a sede de sangue justificada na condução de suas ações contra os chamados duas-pernas.
Sua viagem o levara a cruzar muitas montanhas, e ele havia continuado até chegar àquele lugar. Seu desejo de vingança não tinha limites, e depois de descobrir que os pequenos duas-pernas eram uma boa fonte de carne, ele sabia que havia encontrado seu novo lar.
Simplório e direto, O Assassino das Sombras é literatura B na escola pop de Stephen King. Pode até ser considerado previsível em sua franca obviedade na exploração da lenda do Pé-Grande, mas sua construção detalhista e crescente suspense garante uma leitura no mínimo divertida.
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Leitura Radical
Feito para parecer um filme.
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Leitura Radical
Feito para parecer um filme.
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Leitura Passional
Divertido como um bom sleazy.
Divertido como um bom sleazy.
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O Assassino das Sombras
The Shadow Killer, Mathew Scott Hansen, 2006
Editora Objetiva, Rio de Janeiro, RJ, 2007
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