8 de fevereiro de 2020

O Parque Macabro

Carnival of Souls (EUA, 1962)

Diret Herk Harvey
Com Candace Hilligoss, Frances Feist, Sidney Berger, Art Ellison, Stan Levitt. 

parque macabro

Join us! Um dos maiores clássicos do independente americano. A jovem Mary é uma organista que, junto a amigas, participa de uma corrida por estradinhas intermunicipais. A brincadeira termina em acidente quando o carro com as três ocupantes despenca de uma ponte e é tragado pelo rio. Mary consegue alcançar a margem e é socorrida pelos habitantes locais, mas depois de recuperada e nas tentativas de sair da cidadezinha, começa a ter visões de espectros que a seguem!

Vivendo em uma pensão, enquanto procura trabalho como organista para uma igreja local, Mary sente sua realidade oscilar entre o dia-a-dia ordinário nas paqueras de outro morador, as aparições ocasionais e seu crescente interesse por um misterioso parque de diversões abandonado na periferia da cidadezinha. Na sucessão de acontecimentos, Mary sente que pode estar perdendo a razão diante de uma realidade apavorante.


Produção independente de indisfarçada pobreza de recursos e uma inventividade invejável na encenação. Parece um um episódio de Além da Imaginação expandido para seus 70 minutos. E sem surpresa foi realmente inspirado em The Hitch-Hiker da primeira temporada da famosa série. Modestíssimo e cheio de problemas técnicos como o elenco amador (somente a protagonista era atriz profissional), erros de sincronização de som e soluções simplórias em efeitos, mas Carnival of Souls consegue o básico do básico: um jogo estético exemplar em suas imagens oníricas e luzes expressionistas. Sua suspensão de ações (seja por intenção ou seja por amadorismo do elenco) configura um estado de lentidão onírica perfeita ao filme.

Agora, a chave de ouro na concepção do encanto alucinatório é o tempo alterado em que as almas aparecem para Mary. A velocidade acelerada lhes confere comicidade, nostalgia e até simpatia, mas são absolutamente apavorantes em sua condição de exclusão e alienação do real.

O distanciamento temporal faz de Carnival of Souls um filme cada vez mais cult. A cada revisão, a cada nova visita, o filme se mostra uma obra única no cinema fantástico.

• Melhor pesadelo: as almas bailando em velocidade alterada!
• O espectro líder que aparece para Mary, é feito pelo próprio diretor.
• A trilha sonora composta pelo bluesman Gene Moore, é toda feita de solos e vibratos de órgão.
• Teve uma refilmagem em 1998, que não fez feio, mas também não fez falta....

Black Phillip já sabia 🎪🎪🎪🎪

Carnival of Souls
Diretor possessor!

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