Mandy (EUA, UK, Bélgica, 2018)
Diret Panos Cosmatos
Com Nicolas Cage, Andrea Riseborough, Linus Roache, Ned Dennehy, Richard Brake, Olwen Fouere, Bill Duke.
Pop de arte. Delirante terror e fantasia que escapa de critérios comuns de apreciação. A principio parece uma coletânea de referências sofisticadas na cultura pop, passando pelo rock progressivo, a arte fantástica, o psicodelismo e citações ao cinema e cultura popular em geral. A sequência narrativa é tão simples que qualquer comentário a mais pode virar spoiler. Nicolas Cage e sua esposa Andrea Riseborough vivem em uma casa afastada em meio a floresta. Um grupo de hippies liderados por Jeremiah Sand, um falso messias, se interessa por Andrea e Cage se empenha em uma caçada mortal ao bando. Mas os nômades, que lembram muito a família de Charles Manson, têm meios de invocar um trio de motoqueiros/entidades, duros de matar!
Então, na postura ambiciosa e diferenciada da produção, temos um desfile de boas surpresas: toca King Crimson, tem trilha de rock instrumental, tem paisagens cósmico-fantásticas e uma constante atmosfera de delírio estético e sensorial que é uma beleza. O problema é que, quando o filme se torna uma aventura de vingança como qualquer outra do cinema, vai perdendo o encantamento tão bem construído em sua primeira metade de incrível apuro estético. Mas destaca-se também a diversão em decifrar as possíveis e diversas pistas da narrativa: os limites entre o "real" e o "além" nunca são totalmente definidos. Andrea vive em estado "alternativo" entre suas leituras e suas ilustrações fantásticas. Cage pode estar se tornando uma entidade maligna em sua obstinada caçada e toda a trajetória do casal pode ter significados a mais do que a storyline simplória faz supor...
Então, na postura ambiciosa e diferenciada da produção, temos um desfile de boas surpresas: toca King Crimson, tem trilha de rock instrumental, tem paisagens cósmico-fantásticas e uma constante atmosfera de delírio estético e sensorial que é uma beleza. O problema é que, quando o filme se torna uma aventura de vingança como qualquer outra do cinema, vai perdendo o encantamento tão bem construído em sua primeira metade de incrível apuro estético. Mas destaca-se também a diversão em decifrar as possíveis e diversas pistas da narrativa: os limites entre o "real" e o "além" nunca são totalmente definidos. Andrea vive em estado "alternativo" entre suas leituras e suas ilustrações fantásticas. Cage pode estar se tornando uma entidade maligna em sua obstinada caçada e toda a trajetória do casal pode ter significados a mais do que a storyline simplória faz supor...
E na maratona de referências temos Andrea lendo novelas de fantasia, interlúdios com texto imitando capas de pockets, o título "Mandy" como lettering de death-metal, interlúdios em animação, o líder da gangue ouve folk-psicodélico em vinil, tem esguichos na cara como em Evil Dead, tem duelos de moto-serra... e culmina nas caretas de Nicolas Cage entre o hilário e o insano, bagunçando um pouco os limites entre misticismo ambicioso e o humor de uma graphic novel!
Seja pela apreciação que for, seja como pasticho de referência, seja pela indulgência autorreferente ao cinema, Mandy é um terror acima da média por sua opção em estilização delirante.
• O diretor Panos Cosmatos é filho do veterano George Pan Cosmatos (Travessia de Cassandra, Rambo II, Leviathan)
• O tema Amulet of the Weeping Maze, foi realmente lançado como composição de Jeremiah Sand (trivia IMDB)
• Ainda não foi desta vez que tivemos o "filme-overdose", mas as tentativas estão constituindo um caminho bem interessante ao fantástico moderno (A Field in England, Shrooms)
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈😈
• O tema Amulet of the Weeping Maze, foi realmente lançado como composição de Jeremiah Sand (trivia IMDB)
• Ainda não foi desta vez que tivemos o "filme-overdose", mas as tentativas estão constituindo um caminho bem interessante ao fantástico moderno (A Field in England, Shrooms)
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈😈
Não é "careta", é "atuação".... |
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