Antropophagus (Itália, 1980)
Diret Joe D'AmatoCom Tisa Farrow, George Eastman, Saverio Vallone, Zora Kerova, Serena Grandi, Mark Bodin, Bob Larson.
Veganos go home! Um dos mais notórios video nasties da história do cinema de terror. Grupo de turistas se une a Julie (Tisa Farrow, irmã de Mia Farrow) na visita a amigos em uma ilhota no mediterrâneo, próxima à Grécia. No vilarejo local, encontram uma moradora reclusa e no casarão onde ela deveria encontrar os amigos, uma única habitante em estado de choque, até finalmente conheceram a história trágica de um náufrago que teve que recorrer ao canibalismo para sobreviver. E esse náufrago regredido a condições sub-humanas parece ter aportado justamente na ilhota em que se encontram!
Antropophagus é um feliz acaso de circunstâncias que compuseram uma peça única no folclore do filme B, além de ser um dos melhores filmes de terror de seu período. Em meio à produção de segunda mão, roteiro simplório e apelações, tem muitos fatores que renderam a seu favor: é o filme que melhor usou a figura do figuraça George Eastman em uma caracterização ainda apavorante! Tem a naturalidade fotográfica que caracterizou o melhor do período com sua luz branca na composição de um notável cenário mortiço onde tudo parece estar condenado à casualidade. Adicione a isso, uma direção meio desinteressada e o resultado extrapola o espaço cênico. Aqui nada parece ter importância, nem as interpretações, nem a direção, nem as regras de suspense, nem o destino de ninguém, sejam personagens fictícios ou a carreira dos envolvidos (Tisa Farrow aposentou-se nesse mesmo ano). Intencionalmente ou não, Antropophagus tem sua força principal na atmosfera de absoluto descaso por tudo o que o compõe.
Antropophagus é um feliz acaso de circunstâncias que compuseram uma peça única no folclore do filme B, além de ser um dos melhores filmes de terror de seu período. Em meio à produção de segunda mão, roteiro simplório e apelações, tem muitos fatores que renderam a seu favor: é o filme que melhor usou a figura do figuraça George Eastman em uma caracterização ainda apavorante! Tem a naturalidade fotográfica que caracterizou o melhor do período com sua luz branca na composição de um notável cenário mortiço onde tudo parece estar condenado à casualidade. Adicione a isso, uma direção meio desinteressada e o resultado extrapola o espaço cênico. Aqui nada parece ter importância, nem as interpretações, nem a direção, nem as regras de suspense, nem o destino de ninguém, sejam personagens fictícios ou a carreira dos envolvidos (Tisa Farrow aposentou-se nesse mesmo ano). Intencionalmente ou não, Antropophagus tem sua força principal na atmosfera de absoluto descaso por tudo o que o compõe.
O alinhamento de seus elementos equivale a uma rara conjunção cósmica de elementos favoráveis, especialmente considerando que este é um filme do prolífico Aristide Massaccesi, um cara que teve uma média de produção de cinco ou seis filmes por ano no euro-sleazy (entre chanchadas, terror, dramas de convento, comédias e pornô!). Assim, Antropophagus ganha destaque especial como o melhor momento da dupla D'Amato-Eastman.
Entre as grandes passagens de rendimento estético, temos destaques que por algum motivo configuraram incômodos muito especiais como a grávida sozinha no iate, Julie explorando o quarto secreto, as andanças pelo casarão à luz de vela, além de cenas antológicas do horror contemporâneo como os macabros corredores das catacumbas (onde mesmo os crânios fake não estragam o clima decrépito), a infame cena do ataque à gravida, ou a cena do poço no final.
E mais ainda do que simplesmente se beneficiar da nostalgia pela estética da época, o filme consegue uma estrutura invejável de suspensão sensorial: enrola o que pode nos primeiros cinquenta minutos, com andanças, câmera subjetiva (POV com o canibal resfolegando à espreita), desentendimentos entre personagens, e monótonos solos de sintetizador na trilha musical, que acentuam o entorpecimento mortiço, até soltar os bichos na grotesca figura do náufrago regredido (Eastman em uma caracterização clássica e eficientíssima). O resultado geral é um filme praticamente sem nenhuma dinâmica, mas que envolve totalmente como em um "sonho ruim".
Resumindo o falatório: Antropophagus é notável porque seu elemento principal é o descaso por tudo: personagens, valores, opiniões, forma, filme bom, filme ruim. Tudo veio aqui para acabar...
• Grande jump scare: a garota escondida no barril de vinho!
• O roteiro também é do ator George Eastman (Luigi Montefiori)
• George mastigando suas próprias entranhas é um ícone do terror nasty oitentista.
• Joe D'Amato aparece brevemente como um dos passageiros na saída do teleférico.
• Cenas de violência utilizaram corpos de porcos para simular carne humana sendo esfaqueada.
• A notória cena do feto causou revolta em sua época e ainda é pavorosa. Foi feita com um coelho barbeado (trivia IMDB).
• Teve uma curiosa sequência em 1981 (Absurd, Grim Reaper 2) também dirigida por D'Amato e com Eastman repetindo o personagem, só que sem a maquiagem e transformado em um quase zumbi, que regenera muito rápido os ferimentos e só é vulnerável no cérebro. Inclui uma assustadora cena de serra de bancada que rivaliza com a famosa cena da broca de Pavor na Cidade dos Zumbis.
Black Phillip já sabia 😈😈😈😈
Resumindo o falatório: Antropophagus é notável porque seu elemento principal é o descaso por tudo: personagens, valores, opiniões, forma, filme bom, filme ruim. Tudo veio aqui para acabar...
• Grande jump scare: a garota escondida no barril de vinho!
• O roteiro também é do ator George Eastman (Luigi Montefiori)
• George mastigando suas próprias entranhas é um ícone do terror nasty oitentista.
• Joe D'Amato aparece brevemente como um dos passageiros na saída do teleférico.
• Cenas de violência utilizaram corpos de porcos para simular carne humana sendo esfaqueada.
• A notória cena do feto causou revolta em sua época e ainda é pavorosa. Foi feita com um coelho barbeado (trivia IMDB).
• Teve uma curiosa sequência em 1981 (Absurd, Grim Reaper 2) também dirigida por D'Amato e com Eastman repetindo o personagem, só que sem a maquiagem e transformado em um quase zumbi, que regenera muito rápido os ferimentos e só é vulnerável no cérebro. Inclui uma assustadora cena de serra de bancada que rivaliza com a famosa cena da broca de Pavor na Cidade dos Zumbis.
Black Phillip já sabia 😈😈😈😈
A tia do bebê de Rosemary... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário