Incubus (EUA, 1965)
Capitão Kirk falando esperanto?! Excêntrico é o termo para definir esta produção norte-americana que foi na contra-corrente assumindo muita coisa estranha. William Shatner (um ano antes de ingressar em Star Trek) é Marc, um soldado que retorna da guerra para viver nas terras da família junto de Arndis, sua irmã. Mas o espírito maléfico de Kia, uma sucubus, se empenha em corromper o íntegro soldado.
Mas o inesperado acontece e Kia cede ao amor de Marc. Suas parceiras precisam então invocar um incubo para a finalização da tarefa. E entra o iugoslavo Milos Milosevic com seu porte atlético e traços orientalizados, compondo uma figura assustadora. Não bastasse isso, o incubo torna-se um medonho bode negro ao ser confrontado com o sinal da cruz, na luta final.
Em sua estética de "filme de arte" Incubus refere muito da foto européia e citações a Bergman, claramente, nas aproximações faciais das atrizes (como em Persona), ou as figuras na praia remetendo a O Sétimo Selo. A excentricidade que mais imediatamente se destaca é a opção pela "linguagem universal" do Esperanto para os diálogos e créditos, mas o filme está fadado a ser lembrado pelos detalhes macabros que fizeram sua fama de filme maldito em uma época em que muita coisa alternativa esteve ligada a tragédias!
Mas o filme tem muito mais a oferecer do que apenas folclore off-screen. A atmosfera estranhíssima que permeia o filme todo é perturbadora em seu clima etéreo, muito bem acentuado pela música de Dominic Frontiere, com momentos estéticos memoráveis como a morte da primeira vítima sob as águas da praia ou a invocação e aparição do incubo. As constantes névoas, contra-luzes e quadros incomuns na segunda metade causam um desconforto estético de pesadelo como poucos filmes conseguiram. Se a proposta (ambiciosa sem dúvida) foi levar a produção onde nenhum filme de horror jamais esteve, o preço a pagar foi alto e Incubus sumiu do mapa das telas rapidamente.
Mas o inesperado acontece e Kia cede ao amor de Marc. Suas parceiras precisam então invocar um incubo para a finalização da tarefa. E entra o iugoslavo Milos Milosevic com seu porte atlético e traços orientalizados, compondo uma figura assustadora. Não bastasse isso, o incubo torna-se um medonho bode negro ao ser confrontado com o sinal da cruz, na luta final.
Em sua estética de "filme de arte" Incubus refere muito da foto européia e citações a Bergman, claramente, nas aproximações faciais das atrizes (como em Persona), ou as figuras na praia remetendo a O Sétimo Selo. A excentricidade que mais imediatamente se destaca é a opção pela "linguagem universal" do Esperanto para os diálogos e créditos, mas o filme está fadado a ser lembrado pelos detalhes macabros que fizeram sua fama de filme maldito em uma época em que muita coisa alternativa esteve ligada a tragédias!
O avô do Black Phillip! Bença, vô! |
Mas o filme tem muito mais a oferecer do que apenas folclore off-screen. A atmosfera estranhíssima que permeia o filme todo é perturbadora em seu clima etéreo, muito bem acentuado pela música de Dominic Frontiere, com momentos estéticos memoráveis como a morte da primeira vítima sob as águas da praia ou a invocação e aparição do incubo. As constantes névoas, contra-luzes e quadros incomuns na segunda metade causam um desconforto estético de pesadelo como poucos filmes conseguiram. Se a proposta (ambiciosa sem dúvida) foi levar a produção onde nenhum filme de horror jamais esteve, o preço a pagar foi alto e Incubus sumiu do mapa das telas rapidamente.
Com problemas logo na estréia, fracassado em seu período, e rejeitado por distribuidores, Incubus teve ainda suas cópias perdidas em um incêndio do estúdio e foi julgado desaparecido. Em fins da década de 90, foi localizada uma cópia francesa, com legendas. Por isso as versões legendadas (lançadas em DVD em 2001) exibem as tarjas pretas de sobreposição, comprometendo demais o incrível trabalho fotográfico do grande Conrad Hall (Butch Cassidy, Dia do Gafanhoto). Também tem sérios problemas na continuidade da segunda parte, a cena de ataque a Arndis parece ter sido bastante alterada na edição, mas ainda guarda seu clima tétrico.
Seja como for, com todos os seus erros e acertos, Incubus é um grande exemplo de obscuridade que tanto enriquece a cultura do cult cinema.
• Entre as bizarrices que inevitavelmente são associadas ao folclore maldito de Incubus, temos o citado incêndio que destruiu cópias - Ann Atmar cometeu suicídio - a filha de Eloise Ardt foi sequestrada e morta - e Milos Milosevic assassinou a amante a tiros, então esposa do ator Mickey Rooney, e se matou em seguida. (Rooney já foi Puck na primeira versão de Sonho de Uma Noite de Verão, se alguém quiser aprofundar as implicações...)
• O diretor Leslie Stevens foi criador da série Outer Limits (Quinta Dimensão, 1963-1965), produzindo, roteirizando e dirigindo vários episódios. Incubus pode até ser visto tecnicamente como derivação dessa série pois empregou os mesmos profissionais.
• Os críticos consideram o filme o "mais amaldiçoado da história do cinema". Um filme que abriu as portas para o ocultismo e o hermetismo em Hollywood numa década de "despertar místico e religioso" através das viagens alucinógenas do psicodelismo e estados alterados de consciência. (Cinegnose)
• A trilha sonora de Dominic Frontiere tem semelhanças com seu próprio trabalho em Nightmare e Architects of Fear (episódios da série Outer Limits), podendo ser material rearranjado para o filme. Um CD com a trilha de Outer Limits foi lançado pelo selo La-La Land Records em 2008.
Black Phillip já sabia ⛧⛧⛧⛧
Não acha estranho que só o Shatner se deu bem?... |
Saluton!
ResponderExcluirObrigado pela visita, Paulo!
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