El Hoyo (Espanha, 2019)
Diret Galder Gastelu-Urrutia
Com Ivan Massagué, Zorion Eguileor, Emilio Buale, Antonia San Juan, Alexandra Masangkay, Zihara Llana.
Distopia do inconsciente. Sufocante alegoria social na forma de um drama carcerário. Em uma instituição de critérios punitivos os encarcerados formam duplas suas celas, e cada cela está disposta em uma gigantesca estrutura vertical. Uma abertura central tem uma plataforma móvel pela qual disponibiliza-se comida a intervalos regulares, mas a cada andar para baixo, os alimentos irão sendo consumidos. Mais do que um simples punição, os internos esperam receber um benefício pela estadia. Goreng (Ivan Massagué) é o novo interno que tenta compreender a situação e reverter o processo injusto que permite a alimentação farta dos primeiros andares e deixa apenas restos para os encarcerados inferiores.
Distopia do inconsciente. Sufocante alegoria social na forma de um drama carcerário. Em uma instituição de critérios punitivos os encarcerados formam duplas suas celas, e cada cela está disposta em uma gigantesca estrutura vertical. Uma abertura central tem uma plataforma móvel pela qual disponibiliza-se comida a intervalos regulares, mas a cada andar para baixo, os alimentos irão sendo consumidos. Mais do que um simples punição, os internos esperam receber um benefício pela estadia. Goreng (Ivan Massagué) é o novo interno que tenta compreender a situação e reverter o processo injusto que permite a alimentação farta dos primeiros andares e deixa apenas restos para os encarcerados inferiores.
O Poço é uma aflitiva fantasia macabra sobre estruturas sociais e a alienação dos que a integram. Enquanto alguns se adaptam como podem, alheios às situações dos demais, outros tentam a locomoção pela plataforma móvel (como a mulher que procura pelo filho perdido) e meios de revolucionar a situação. Até aí, não há nada de novo na narrativa de simbolismo, High Rise já havia tentado algo assim com a estratificação social exposta de forma física, mas a grande sacada do roteiro é que os encarcerados mudam de plataforma quando inconscientes e as realidades e crenças dos que encontram interferem na sua consciência, mesmo à sua revelia. E então o filme sugere uma sufocante teia coletiva (e a construção do inconsciente coletivo) da qual é impossível escapar.
O mais desesperador é que as estruturas administrativas da prisão, e suas regras, nunca são reveladas. E quanto mais Goreng se envolve com outros internos, mais começa a ter seus princípios abalados. A possibilidade da união entre os encarcerados na compreensão da estrutura e seu funcionamento parece uma utopia de impossível alcance enquanto as individualidades forem impedimentos à comunicação.
Em um espetáculo escatológico, o roteiro joga com diversos elementos sempre como simbolismo. Assim, propostas, princípios, solidariedade ou sabedoria são virtudes levantadas pelo ótimo roteiro, como possibilidades (ainda que remotas) de se arranhar a superfície da estrutura que comanda o poço e subvertê-la ao benefício mútuo.
Aflitivo e claustrofóbico, o filme é uma cruel revisão social cuja aparente simplicidade vai se abrindo a leituras progressivamente aprofundadas.
• Achei o protagonista a cara do Eduardo Bueno!
• Tudo perdido: Goreng começa a confundir seus próprios princípios.
• Aflição suprema: nem a cultura, nem os princípios ou a consciência, ou experiência, ou solidariedade, ou sabedoria, se sustentam diante da necessidade mais básica da sobrevivência.
Expectativa 😈😈😈 Realidade 😈😈😈😈
É comer ou ser comido! |
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