Blood Quantum

Blood Quantum (Canadá, 2019)

Diret Jeff Barnaby

Com Michael Greyeyes, Elle-Maijá Tailfeather, Forrest Goodluck, Stonehorse Lone Goeman, Kiowa Gordon, Olivia Scriven, Brandon Oakes.

Walk étnico. Um bom filme de zumbi nunca é demais. Nesta curiosa variação em aventura walking dead, mortos voltam a vida causando o sítio a uma reserva indígena. A situação evolui em nível apocalíptico e por algum motivo, os nativos não são afetados pela contaminação nem quando mordidos. Isolados em uma fortaleza improvisada e liderados pelo xerife Traylor e sua ex-esposa, a enfermeira Joss, os nativos vêem o mundo ao redor ser tomados pelos zumbis. Mas as dissidências nos atos internos e a entrada de caucasianos refugiados, colocam a segurança do local em jogo.

Blood Quantum é uma das mais originais variações no cinema living-dead. Isso não quer dizer que seja grande coisa. E quando a premissa permite simbolismos sobre minorias segregadas, corre o sério risco de se perder em discursos que mais prejudicam do que intensificam uma aventura de ação. Sobrevivência que seria a palavra chave na proposta do filme (e do gênero em geral). A luta pela preservação humana em um apocalipse zumbi, serve aqui à um particular filtro sócio-político sobre segregação e controle.

Seja como for, o filme se garante em uma tensão narrativa bem boa e alguns banhos de sangue de arrepiar. Sua maior virtude é a sensação de insegurança constante em um roteiro que não dá espaço a lugares comuns. A contaminação (sem muita explicação) atinge também animais e mesmo que não afete os nativos, eles podem ser mortos a mastigadas, claro! O processo de fuga se converterá em uma matança que culmina com o patriarca protegendo a fuga no litoral, apenas com sua katana, em uma bela sequência de combate! Aflitivo e desesperançado, Blood Quantum conclui que a miscigenação é mesmo um processo de violência e só será efetivada a preços bastante altos.

• Destaque ao bom elenco de nativos norte-americanos.
• Algo errado: peixes continuam pulando depois de pescados.
• Explicitação linda: moto-serra na cabeça!
• Referências cruzadas: o velho patriarca indígena usa uma katana para o abate geral!
• Cara-a-cara milenar: Lysol encara um soldado-zumbi, em um confronto-símbolo entre instituição opressora e povos nativos.
• Referência pop: pequenos interlúdios em animação.

Expectativa 😈😈      Realidade 😈😈😈