14 de julho de 2020

Horsehead

Horsehead (França, 2014)

Diret Romain Basset
Com Lilly-Fleur Pointeaux, Catriona MacColl, Murray Head, Gala Besson, Vernon Dobtcheff, Philippe Nahon.

Horsehead

Pesadeloverso. Fantasia interessante que foge às convenções. Jessica é uma jovem que volta ao convívio de sua implacável mãe depois do falecimento da avó. A relação das duas, que nunca foi das melhores, rapidamente se manifesta em agressão e desentendimentos. O único apoio que a jovem recebe é de seu padrasto Jim. E Jessica tem ainda o agravante de pesadelos constantes com a figura recorrente de uma entidade humanoide com cabeça de cavalo. Uma aparição que trespassa suas vítimas com um cetro de metal em forma de chave!

Quando a saúde de Jessica piora ela precisa ser medicada e se manter em repouso. Resultado: fica entregue a uma infindável sequência de pesadelos e visões febris que começam a lhe revelar segredos familiares. Entre sustos, delírios e aparições fantasmagóricas, ela descobre que é fruto de uma gravidez indesejada, descobre as rígidas regras de conduta religiosa que seu pai biológico impunha a sua mãe e precisará enfrentar a entidade equina no epílogo.

Horsehead é uma ambiciosa produção fantástica que tem o mérito de se aventurar em terreno difícil. É repleta de simbolismos em suas imagens e situações surreais (como a amizade com o lobo, a gêmea natimorta) e passa longe do novo extreme francês. É um pouco arrastado e teria se beneficiado muito com uma protagonista mais simpática para a instável Jessica, mas tem a vantagem de evitar banalidades e apelações ao construir sua narrativa de envolvimento climático.
Resumindo: Horsehead é uma boa surpresa que aposta na originalidade estético-narrativa.

• Referência: afundando na banheira como em A Hora do Pesadelo.
• Referências somadas: psicodelismo, nas imagens em fusão e contra-luzes solares. Gótico, nas andanças noturnas de Jessica carregando lamparina. Surrealismo, em quase o filme todo!
• Marcante: Jessica paralisada no sonho e a entidade equina se infiltrando entre as cortinas vermelhas, logo na cena de prólogo.
• Efeitos vintage: sem digitais à vista, os efeitos em próteses e máscaras são de uma bela autenticidade e presença.
• A matriarca é Catriona MacColl, atriz de Fulci em The Beyond e outros.
• Maior mérito para o Black Phillip: sugerir que religião só gera confusão.

Expectativa 🐴🐴      Realidade 🐴🐴🐴

Horsehead
I have a dream, bad dream...

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