Hagazussa (Áustria, 2017)
Diret Lukas Feigelfeld
Com Aleksandra Kwen, Claudia Martini, Tanja Petrovsky, Haimon Maria Buttinger.
Com Aleksandra Kwen, Claudia Martini, Tanja Petrovsky, Haimon Maria Buttinger.
"Seu modo de vida isolado já levou muitos crentes a tocar a escuridão..."
Graduação em bruxaria. Enigmática e contemplativa co-produção austro-germânica envolvendo bruxaria. Em um vilarejo medieval, a jovem Albrun é a única filha da velha Martha, uma mulher rejeitada como bruxa pelos habitantes locais. Vivendo isoladamente do vilarejo, elas são vítimas de rondas e ameaças por moradores não identificados. Com o falecimento da velha mentora, Albrun cresce e vive alheia aos hábitos dos aldeões, mas todas as intrigas e preconceito por sua condição irão atingi-la de alguma forma.
Em sua vida alheia à comunidade, só resta a Albrun o aprendizado pelas vias da percepção e exploração do que Martha lhe deixou. Por sua condição e especialmente como reação a interferências do povoado, Albrun inicia um processo de aprendizado instintivo e comunhão com as forças ao seu redor.
Em um tempo narrativo muito próprio (pré-cultura industrializada), Hagazussa envolve sensorialmente em uma teia macabra apavorante em suas possíveis leituras e camadas. O filme não verbaliza nada do que exibe graficamente e muita coisa (senão todas as coisas) ficarão dependendo da decifração pelo espectador em um nível não necessariamente racional. Mais ou menos como um "2001 folk-macabro". E a graça do espetáculo é justamente o enigma exposto à decifração.
Em um tempo narrativo muito próprio (pré-cultura industrializada), Hagazussa envolve sensorialmente em uma teia macabra apavorante em suas possíveis leituras e camadas. O filme não verbaliza nada do que exibe graficamente e muita coisa (senão todas as coisas) ficarão dependendo da decifração pelo espectador em um nível não necessariamente racional. Mais ou menos como um "2001 folk-macabro". E a graça do espetáculo é justamente o enigma exposto à decifração.
Albrun tem uma filha, que poderá dar continuidade ao matriarcado de bruxas, mas a criança pode ser fruto de algum abuso dos locais. Albrun é facilmente tapeada por um casal e sempre rejeitada pelos locais, só lhe restando assumir sua herança mística e devolver as agressões em um longo e penoso processo de aprendizado que passa por sua carência sexual, percepção alterada sob efeito de cogumelo e visita ao charco onde encontrou a mãe morta. Tudo parece conduzir ao aprendizado da jovem nas artes da bruxaria e à conjuração do retorno de Martha!
Incrivelmente bem fotografado em cenas de impacto que escapam à banalidade do cine-espetáculo para uma apreensão mais psicológica e profunda. Além de um riquíssimo painel de sutis associações em cenas onde que nada é casual: religião associando a morte, floresta de galhos "eretos", a lagoa de águas escuras como local de morte e reencontro, Albrun revê a mãe nas águas turvas, a aldeã que visita Albrun é momentaneamente "hipnotizada" pela visão do crânio, Albrun lava os cabelos ritualisticamente como em um batismo, sussurra "rezas" para o crânio, e assim constantemente em sutis informações pelo filme todo.
Misterioso em sua estrutura de detalhes, Hagazussa é um fascinante (e apavorante) convite à exploração sensorial.
• Cena medonha: a velha morta no charco!
• Souvenir: Albrun guarda o crânio da mãe na mesinha de canto!
• Referência: gravetos amarrados às costas sempre remetem ao velho da capa do Led Zeppelin IV.
• Beleza macabra: a clareira para desova de corpos incinerados.
• Macabro supremo: o destino da filha de Albrun!
• Autenticidade: as rãs fugindo de Albrun quando ela entra na lagoa.
• Menção honrosa à trilha sonora da dupla experimental MMMD, que parece se infiltrar pelas entrelinhas, pelos recantos sombrios, pelos sentidos...
Expectativa 💀💀💀 Realidade 💀💀💀💀
Incrivelmente bem fotografado em cenas de impacto que escapam à banalidade do cine-espetáculo para uma apreensão mais psicológica e profunda. Além de um riquíssimo painel de sutis associações em cenas onde que nada é casual: religião associando a morte, floresta de galhos "eretos", a lagoa de águas escuras como local de morte e reencontro, Albrun revê a mãe nas águas turvas, a aldeã que visita Albrun é momentaneamente "hipnotizada" pela visão do crânio, Albrun lava os cabelos ritualisticamente como em um batismo, sussurra "rezas" para o crânio, e assim constantemente em sutis informações pelo filme todo.
Misterioso em sua estrutura de detalhes, Hagazussa é um fascinante (e apavorante) convite à exploração sensorial.
• Cena medonha: a velha morta no charco!
• Souvenir: Albrun guarda o crânio da mãe na mesinha de canto!
• Referência: gravetos amarrados às costas sempre remetem ao velho da capa do Led Zeppelin IV.
• Beleza macabra: a clareira para desova de corpos incinerados.
• Macabro supremo: o destino da filha de Albrun!
• Autenticidade: as rãs fugindo de Albrun quando ela entra na lagoa.
• Menção honrosa à trilha sonora da dupla experimental MMMD, que parece se infiltrar pelas entrelinhas, pelos recantos sombrios, pelos sentidos...
Expectativa 💀💀💀 Realidade 💀💀💀💀
Olha bem essa cena..... |
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