Regression (EUA, 2009)
Paradoxo Amenabar. Suspense de desenvolvimento detalhista, mas que pode frustrar no conjunto. Ethan Hawke é o detetive Bruce Kenner, empenhado na solução do caso de Angela (Emma Watson) uma jovem que procurou abrigo morando em uma igreja para escapar dos abusos que sofria do pai. As investigações revelam uma possível seita de satanistas atuantes na comunidade e Angela, assim como demais envolvidos, podem ser mortos se revelar o que não devem.
Mas Bruce se empenha a tal ponto que começa a ter visões e sonhos perturbadores. As implicações do caso alcançam membros da própria polícia e familiares de Angela em um crescente envolvimento comunitário.
Dirigido com a precisão habitual de Amenabar, Regression é primoroso em sua construção de suspense e revelações, com notável apuro fotográfico e de trilha sonora (de Roque Baños). Mas com seus grandes momentos de suspense e horror – como as entidades encapuzadas entrando pelas residências – acontecendo no subconsciente dos personagens, o filme trabalha mais sobre crenças fanáticas do que o sobrenatural declarado. E Amenabar tropeça perigosamente em um filme que não faz a entrega devida do que promete em sua construção.
Como um genial terror-pegadinha, a grande virtude do filme é criar sua estrutura, justificativas, ações e consequências na crença incondicional de todos (todos nós) diante de qualquer informação dada. Todos acreditam cegamente em sua próprias "verdades". O detetive linha-dura dedica-se integralmente ao caso causando desconforto nos parceiros, o pai de Angela admite sua culpa e acredita na punição e em seu empenho religioso, assim como o padre que acolhe a jovem. E o espectador, por sua vez, acredita que está vendo um filme de terror sobre satanistas... Sendo assim, a genialidade do filme é justamente seu maior ponto fraco. Ao utilizar a crença incondicional do homem como base de sua construção, o filme se lança a uma arriscadíssima inversão de expectativa que pode desagradar. Em Regressão o terror é a condição em acreditar.
Na perfeita direção de atores, destaca-se o corretinho Ethan Hawke em um bom momento, a simpatia de David Thewlis (o Remus Lupin de Harry Potter) como o psicólogo e Emma Watson atuando pra valer em um personagem bem difícil.
Expectativa 😈😈😈😈 Realidade 😈😈😈
Eu acredito... |
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