Winchester (EUA/Austrália, 2018)
Os perigos do mecanismo de repetição. Terror de casarão assombrado acima da média em sua premissa baseada em casos reais. Beberrão e desiludido, o doutor Eric Price é contratado para o diagnóstico de Sarah Winchester, a herdeira do império da família construtora dos famosos rifles de repetição. Sarah acredita que sua casa e sua família estão assombrados pelos espíritos, vítimas das armas que sua família produziu por tantos anos. E uma vez hospedado na gigantesca mansão dos Winchester, o doutor Price gradualmente se adaptará à rotina dos internos. Uma rotina que inclui algumas aparições perturbadoras.
Dirigido com segurança e precisão pela dupla Spierig Brothers (de Daybreakers), A Maldição da Casa Winchester é um show visual em sua estética vitoriana (ou gótica-americana). O sufocamento crescente a que o filme condena os personagens é notável, seja na loucura/percepção do doutor ou na constatação que Sarah realmente é atormentada pelos fantasmas. Seja na apresentação da suntuosa construção que rivaliza com o Hotel Overlook em sua grandeza labiríntica, com a diferença de que a mansão Winchester mergulha em sombras a cada corredor, gabinete, hall de passagem e quartos secretos, devidamente bloqueados por pesadas travas. Sarah acredita que almas perigosas estão encerradas em cada um desses cômodos, o que faz da mansão uma espécie de gigantesco presídio de espíritos em busca de vingança!!!
O problema do filme é que a conclusão cai no corre-corre de confronto corriqueiro de inúmeras outras produções do gênero. Sem trocadilho infame, mas repete o esperado! Mas tudo bem, Winchester se mantém facilmente acima da média em sua construção detalhada onde os jumps são discretos e adequados e a atmosfera se impõe como elemento principal da narrativa.
No elenco, Helen Mirren dá a certeira aristocracia atormentada à sua personagem, Jason Clarke compõe o doutor com simpatia e ainda temos caras conhecidas do ozploitation como Bruce Spence (o capitão Gyro de Mad Max 2) e Angus Sampson (de 100 Bloody Acres).
• Melhor antecipação: o doutor move o espelho até ver o mutilado na poltrona!
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