Alone (EUA, 2020)
Com Jules Wilcox, Marc Menchaca, Anthony Heald.
Tom e Jerry do mal! Suspense bem consistente que por pouco não é o filmaço do thriller contemporâneo. Jennifer é uma jovem que perdeu o marido recentemente e está de emprego novo. Precisa empacotar suas coisas e mudar para outra cidade em uma viagem de quatro dias pela estrada. Mas por conta de um atrito banal pelas rodovias, ela começa a ser seguida por um tipo suspeito.
Quando seu trailer avariado a obriga a sair da estrada, Jennifer se vê à mercê do perseguidor e acaba aprisionada em um porão. Sem saber das intenções do maníaco, ela terá que fugir pela floresta em um jogo de perseguição que pode lhe custar a vida.
Com essa estrutura mínima, Alone monta um agoniante espetáculo de gato & rato que se mantém muito bem com seus diálogos mínimos e surpresas frequentes. Seu jogo de tensão é suficientemente bem conduzido até o final, especialmente pelos cuidados visuais. Das apavorantes estradas noturnas às ameaças naturais (chuva, rios, ferimentos, inanição), o filme compõe um convincente drama por toda a narrativa. Das corriqueiras abordagens na estrada à consumação da ameaça, compõe um medo crescente bastante natural.
Mas infelizmente toda essa perfeição imersiva emperra em dois pontos chaves: o assassino (espécie de Lee Marvin Redux) é o personagem mais chato visto nos últimos tempos, com seus irritantes joguinhos emocionais. Seu discurso de provocação, quando a garota está oculta pelo matagal, em uma poça, é absurdamente longo e suas motivações nem ficam esclarecidas (sequestro? maníaco? tarado? canibal?...). E pior: em plena era do empoderamento feminino, é praticamente inaceitável uma personagem tão frágil, passiva, lerda, desorientada e desarticulada como Jennifer. Resumindo a coisa toda: Alone é um grande suspense, mas precisa de alguns perdões para ser visto até o fim.
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