God Bless America (EUA, 2011)
Ultimate Dia de Fúria. Comédia anárquica que vai se manter atual por um bom tempo! Frank é um cinquentão vivendo a vida medíocre do homem comum: trabalha há mais de uma década na empresa, é separado da esposa que o trocou por um paspalhão mais novo, tem vizinhos irritantes, vive em conflito com a falta de princípios éticos dos que o rodeiam e a mediocridade cultural que assola a mídia. Depois de diagnosticado com um tumor terminal, Frank chega ao limite ao perder o emprego por uma situação banal... e decide se armar para fazer uma limpeza social!
Quando conhece a jovem Roxy, encontra o par que faltava para suas considerações analíticas e decisões estratégicas. Forma-se então o casal mais improvável: o cinquentão Frank e a adolescente Roxy, que, armados, lançam-se a uma aventura sem destino de expurgo dos tóxicos sociais! Politizada, articulada e dinâmica, Roxy serve como uma guia às aspirações justiceiras de Frank. Em uma união assexuada, os dois encontram a satisfação para suas frustrações sociais. Roxy vê nele o que não tem em sua própria família: um adulto íntegro e sincero. E Frank vê na garota a exceção à regra de uma geração alienada de opinião, segurança, cultura e objetivo.
God Bless America é então um mini-clássico da incorreção política. Uma consequência pop de uma era de condicionamentos moralistas e conservadores que naturalmente remete a outros filmes como Um Dia de Fúria e Taxi Driver. Mas tem seus probleminhas internos: o roteiro poderia ser mais desenvolvido e o filme escorrega entre altos e baixos narrativos em alguns momentos. O foco de revolta do personagem acaba ficando meio restrito ao mundo das celebridades midiáticas e a falta de orçamento impediu um "final Sam Peckinpah" como se anunciava. Ou terá sido um final que ironiza a catártica ânsia justiceira do espectador?!...
No elenco adequado, Joel Murray dá o tom perfeito ao desiludido e cansado Frank e Tara Lynne Barr impulsiona a ação com sua presença dinâmica. Menção honrosa a Aris Alvarado como o deficiente Steven Clark que vira celebridade trash com seu canto desafinado.
Resumindo a coisa toda: God Bless America é fenomenal em sua ousadia, mas com um roteiro mais trabalhado teria sido um filmaço essencial. Fica na história como uma curiosidade pop-nerd.
... e odiar odiadores, pode?! |
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