Treasure of the Amazon

Treasure of the Amazon (México-EUA, 1985)

Diret René Cardona Jr
Com Stuart Whitman, Bradford Dillman, Donald Pleasence, Ann Sidney, Sonia Infante, John Ireland, Hugo Stiglitz, Emilio Fernandez, Jorge Luke.

Cinema de aventura. Literalmente "de aventura", esta é uma das produções mais caprichadas do diretor mexicano René Cardona Jr. Na tradição cinematográfica do improviso de produção que caracterizou o cinema do clã Cardona – pai, filho e neto – esta jungle adventure se saiu muito bem. Isto é: para um bom entendedor em cinema B, Treasure of the Amazon, apesar da flagrante breguice, surpreende em seus bons enquadramentos, foto em autenticidade satisfatória, e até a trilha musical velha-guarda se adequa ao show de erros e acertos.

A história mínima é sobre diversos aventureiros em busca de uma fortuna em diamantes nas selvas amazônicas, em uma região dominada por caçadores de cabeças. No elenco de altos e baixos, Stuart Whitman é Gringo, um aventureiro que perdeu os parceiros para os caçadores e serve de guia a dois ambiciosos contratantes, Bradford Dillman é um piloto que quase nem interfere na aventura, Donald Pleasence é um ex-nazi interessado no tesouro para reativar o III Reich na América do Sul, Emílio Fernandez (o General Mapache de Wild Bunch) é o líder de uma comunidade armada, Hugo Stiglitz dirige um barco de transportes pela região e o veterano John Ireland é um padre que não dispensa pagamentos por algum serviço.

O mais divertido de tudo acaba sendo checar o eterno risco profissional e financeiro dos que se aventuram na vida cinematográfica. O abismo entre o fiasco e o sucesso é demais evidente em filmes com este que, provavelmente, está entre os melhores do diretor Cardona Jr, seja lá o que isso signifique. Treasure of the Amazon é primoroso em enquadramentos bem feitos, muitos com atores e animais em cena, sem aquela recorrência barata de usar cenas de arquivos documentais. Tem locações autênticas, em selvas mexicanas, em um acabamento gráfico suficiente e que sustenta muito bem os noventa minutos de narrativa. E sofre da péssima direção de atores. Imagine Stuart Whitman, com aquela cara de mendigo bebum, e Bradford Dillman tentando interpretar, além da inglesa Ann Sidney (Miss Mundo, 1964) atuando em modo novela das sete, para ter uma ideia da aventura em corda bamba em que o filme balança. Tentando parecer uma daquelas mega-produções com grande elenco, o filme fica no estreito e muito visível limite entre a decência cinematográfica e um monumental tour-de-force brega. 

O resultado é um épico B, destinado aos entusiastas do cinema ruim e uma valiosa lição de casa aos estudantes interessados em conferir as armadilhas da arte cinematográfica.

• Momento Lucio Fulci: a morte por caranguejos.

• Hora de terror: as decapitações sangrentas.
• Do nada: as três novinhas que aparecem no final para ficar com Gringo!

Expectativa 😈        Realidade 😈😈

Melhor amigo de uma garota.