Sputnik (Rússia, 2020)
Com Oksana Akinshina, Pyotr Fyodorov, Fedor Bondarchuk, Anton Vasilev.
Parasitando nível hard. Terror e ficção que provoca imersão total em sua lentidão narrativa. Sputnik dispensa jumps e tensão cardíaca e concentra seu drama no estudo da situação entre um astronauta e uma forma de vida que veio à Terra quando do regresso de uma missão. Ambientado nos anos 60, começa com a missão de dois astronautas em órbita que, quando retornam à Terra, carregam no módulo uma forma de vida alienígena.
Isolada em um complexo científico militar, a criatura mantém uma estranhíssima relação com seu hospedeiro. Contraindo ou expandindo sua estrutura corporal, a criatura pode transitar oralmente, para dentro e para fora do corpo do astronauta Konstantin. Mas mesmo fora do corpo do hospedeiro, a criatura mantém um vínculo biológico com ele. Quando ela não se alimenta Konstantin enfraquece, e o principal alimento da criatura é uma secreção cerebral produzida sob intenso medo! O Coronel Semiradov, responsável pelas instalações, emprega então os serviços da dedicada doutora Tatyana, mas para os estudos terem continuidade a criatura precisaria ser alimentada com presas humanas!
Sputnik tem sua dose bem equilibrada de sustos, surpresas e violência, mas opta pela contenção emocional em sua forma. O mistério sobre a criatura serve de condução ao roteiro e quando Tatyana começa a estabelecer alguma comunicação com ela, a história sobe um nível na velha e boa ameaça alienígena de destruição. E ainda troca os clichês fazendo do exército tomar o lugar de vilão e os envolvidos na relação parasita, de vítimas. Mas também não vai muito além das ameaças físicas e culmina com a doutora ajudando o astronauta e a criatura na fuga do complexo militar para o devido estudo e tratamento.
Impecável tecnicamente e com direção precisa, Sputnik é um terror-ficção corriqueiro, mas hipnoticamente imersivo como poucos. Apresenta uma boa construção de personagens com Konstantin emocionalmente instável, revoltado com sua situação (e a morte do companheiro de missão), Tatyana com suas contradições e radicalidades e o Coronel Semiradov, revelando nuances humanas, mas tendo que apelar à truculência de seu posto na perseguição final.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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