27 de dezembro de 2021

Gaia

Gaia (África do Sul, 2021)

Diret Jaco Bower
Com Monique Rockman, Alex Van Dik, Carel Nel, Anthony Oseiemi.

Gaia

Natureza-mãe, e madrasta! Aventura e horror em um pacote original que tanto incomoda quanto deslumbra em sua eficácia. Monique e Winston são dois guardas florestais que em missão de checagem corriqueira de uma região ribeira e se perdem pela floresta. Monique é ferida em uma armadilha e descobre uma dupla de moradores locais que abdicaram da vida urbana e vivem em condições pré-industriais. Pior sorte é a de Winston que, ao cair da noite, descobre uma raça de habitantes florestais que parecem ter "derivado" da espécie humana!

Na linha de filmes que coloca a existência humana na Terra como uma frágil condição que pode ser facilmente alterada, Gaia apavora na medida certa e sem pressa. Como visto em Annihilation, A Casa na Praia ou Super Deep, o filme faz dos protagonistas humanos um mero joguete nos propósitos contundentes definidos pela "Entidade Natureza" (Gaia). Em Gaia não há heróis: os elementos todos servem apenas à confirmação da supremacia da natureza em sua inserção e tempo muito particulares. E mesmo o cientista que vive na floresta em rejeição à uma sociedade que se supõe civilizada, não chega à compreensão total do meio que o circunda – e o "persegue" na figuras das criaturas humanoides –  nem com sua intenção pré-racional, pré-científica, que resvala na adoração mística. 


Gaia

Tecnicamente Gaia é um espetáculo johnboormaniano, com a natureza tomando grande parte dos enquadramentos em um show naturalista no qual os efeitos especiais, mesmo os mais simplórios, são integrados com maestria. E a direção opta pelo contemplativo em uma misteriosa expectativa que faz com que as cenas de ação resultem meio fora do contexto narrativo. Mas é um detalhe menor que não incomoda o conjunto tão íntegro e bem realizado.

• Beleza estética: os clarões vermelhos que surgem ameaçadores na floresta.
• Magnífico desajuste: as cenas de abertura com drone em modo ponta-cabeça!
• Impacto: Winston convertido em uma sementeira de fungos!!!
• Impacto estético-cultural: Stefan, o filho do cientista, vai para a cidade no final!
• Para incomodar: os pesadelos constantes de Monique com brotos pelo corpo.
• Curiosidade técnico-artística: a proporção de tela wide sofre mudanças conforme a necessidade narrativa.

Expectativa 🌳🌳     Realidade 🌳🌳🌳

Gaia
A Natureza não é para humanos?!......

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