Nothing But the Night (Inglaterra, 1973)
Perdidos no tempo. Suspense inglês em nível B feito no piloto automático, mas com o imbatível charme de sua época. Uma pérola perdida no tempo e reservada aos fãs do período e da dupla central, mais por suas características internas do que pelo resultado geral. Começa como um tradicional suspense criminal com um investigador de polícia e um doutor que se unem na investigação de mortes suspeitas, montadas para parecer suicídio. E as investigações chegam à jovem Mary Valley, sobrevivente de um desastre de ônibus escolar. Os transes e pesadelos da jovem podem revelar mistérios impensáveis sobre os crimes.
Nothing But the Night é uma curiosidade cinematográfica como poucas na filmografia do thriller inglês. Sua virtude é a encenação geral que termina parecendo mais com um grande ensaio de filme do que um produto profissionalmente finalizado. E a apreciação curiosamente se fragmenta em partes distintas que facilmente identifica blocos isolados de produção. As cenas com Lee e Cushing chegam a ser comoventes aos fãs pela evidente simpatia entre a dupla. Outros momentos parecem de uma produção alheia que foram enxertados para cumprir o roteiro, como Diana Dors se arrastando pelos bosques, a explosão do barco, as externas com os policiais em perseguição e cenas com o elenco de apoio, também parecem estranhamente alienadas entre si. E o resultado é uma experiência cinematográfica única, seria mais ou menos como assistir a um filme pelos bastidores onde transparece cada aspecto dos aparatos técnicos, formais e das orientações de direção!
Mas... Nothing But the Night, que começa como um corriqueiro filme de investigação policial, enverada gradualmente ao sobrenatural revelando uma trama que envolve sociedade secreta, transmigração de almas e vida eterna, que vem como uma grande surpresa e destaca a produção como uma das mais intrigantes em sua estrutura incomum! Um divertido filme-lição-de-casa para interessados em estudar estruturas narrativas e de especial valor aos saudosos do período.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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