X (EUA, 2022)
Com Mia Goth, Brittany Snow, Martin Henderson, Scott Mescudi, Jenna Ortega, Owen Campbell, Stephen Ure, James Gaylyn.
Filme quiz. O novo terror de Ti West o consagra como um dos mais divertidos diretores atuantes na onda dos fan-films da atualidade. A adoração pelos anos 70, já demonstrada em outras ocasiões como em A Casa do Diabo, faz deste X uma espécie de reverência ao clássico Texas Chainsaw Massacre. Os quadros e encenações, especialmente da primeira metade, deixam claro o caráter de adoração pelo filmaço de Tobe Hooper.
X conta a aventura de uma pequena equipe que faz um filme pornô e precisa de um local para filmar. Para isso, alugam a dependência de um casal de velhos que vive em uma propriedade rural, mesmo percebendo que a dupla não bate bem. Logo serão vítimas da loucura dos velhos dementes. E é isso aí! Uma situação descaradamente básica que serve para o diretor alinhar uma séries de citações reconhecíveis por qualquer fã do gênero, a cada cena, como um convite a adivinhações. O lado bom é que faz isso sem pretensão e sem disfarce, e o que temos é uma maratona de grandes momentos. Uma gincana para ver quem descobre a referência. E quem vê, vai anotando: carro no lago com em Psicose, porta quebrada a machadinha como O Iluminado, jacaré no lago como em Eaten Alive, sangue nos faróis para luz vermelha como em Evil Dead, o banho visto de cima como em Hitchcock, o olho furado como em Zombie, além das inúmeras cenas-citações de TCM, praticamente o filme todo.
Mas para não ficar no mais-do-mesmo, West insere algumas brincadeiras narrativas muito legais como o split screen, os paralelos entre a narrativa do filme erótico e a situação real de alguns personagens, e inversões como a final girl que não é a virginal clichê, além da inversão suprema com a cena de amor entre os velhos, que seria o extremo inverso da expectativa pornográfica.
Além disso o filme tem uma excelente atmosfera visual que remete ao melhor da autenticidade fotográfica que se praticou no independente dos anos 70 e estigmatizou o gênero, especialmente por causa da qualidade de Texas Chainsaw Massacre. Entre superfícies empoeiradas e externas no matagal, perfeitamente capturados pela foto, o filme promove uma atraente viagem sensorial, com a inclusão de cenas em 16 mm (do filme erótico) e ainda lança um elogio aos aventureiros independentes quando a polícia encontra a câmera 16 mm e conclui: "É claro que estavam fazendo um filme de terror".
• Pavoroso: mutilação múltipla na garganta.
• Morte linda: jacaré mastigando cabeça!
Expectativa 🩸🩸🩸 Realidade 🩸🩸🩸🩸
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