Night's End (EUA, 2022)
Com Geno Walker, Felonious Munk, Lawrence Grimm, Kate Arrington, Daniel Kyri, Michael Shannon.
Slow freeze. Alfred Hitchcock dizia que não havia nada demais em começar um trabalho pelo clichê, mas nunca terminar nele. Jennifer Reeder não ouviu e fez deste Night's End um "terror slow burn SQN"! Um filme que começa muito bem e vai desandando... Na cartilha de produção em modo novo-normal, o filme concentra a ação em um personagem recluso, vivendo isolado em seu apartamento e mantendo contato com amigos apenas por via online.
Seu nome é Ken Barber, separado da esposa e desempregado, tudo por causa dos problemas com bebida. Passando o tempo entre hobbies excêntricos como cultivar orquídeas e empalhar pássaros, Ken tenta fazer algum dinheiro pelas vias da internet rentabilizando vídeos diversos. Um dia, um simples evento inexplicável no apartamento, e registrado no vídeo, ganha contornos sobrenaturais e seu vídeo começa a ser requisitado em um canal de vídeos inexplicáveis. Está lançado o desafio para Ken continuar a explorar o inexplicável e produzir mais vídeos. Logo ele descobre que um crime ocorreu há muitos anos em seu apartamento e o espírito da assassina pode estar ainda rondando o espaço.
Ótima a premissa para as condições de produção minimalistas destes tempos de pandemia e isolamento, mas a qualidade dos primeiros momentos vai, infelizmente, cedendo ao óbvio e perdendo o encanto. Todo o pavor conseguido na construção, com a reclusão de Ken, seus problemas revelados aos poucos e os ângulos de câmera cuidadosamente posicionados para induzir desconfiança pelos espaços da habitação, vão perdendo a graça na evolução corriqueira. E o que prometia ser um terror psicológico de refinada preparação, cede a uma história simplória de espírito demoníaco dando pegadinha.
Mas se visto sem maiores expectativas, Night's End pode satisfazer como um terror mediano e pode ser apreciado em sua interessante construção por sutilezas como o apavorante vulto que circula pelas costas de Ken, os lapsos de realidade nas transmissões (como se a realidade estivesse "dando mal contato"!), alguns jumps óbvios e mistérios inexplicáveis como portas abrindo sozinhas e alterações perceptivas, que poderiam ter levado a narrativa a um exercício mais rico.
• Nojinho misterioso: vomitando uma fita de seda!
• O místico Colin Albertson é a cara do Dr Estranho (foi intencional?)
Expectativa 👿👿 Realidade 👿👿
Ei, Ken, topa trocar a alma por um bom roteiro?... |
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