Monstrous (EUA, 2022)
Auto spoiler. Terror mediano sobre distúrbios psicológicos e alteração perceptiva. Christina Ricci é Laura, separada do marido e vivendo em uma cidadezinha interiorana para criar seu filho Cody longe dos traumas da separação. Mas logo que se adaptam à nova localização, o jovem Cody percebe que há algo na lagoa próxima que insiste em rondar sua casa todas as noites.
Ambientado nos anos 50 e repleto de baladas rock'n'roll na trilha sonora, Monstrous é um encanto visual do começo ao fim. Mas a perfeição atmosférica e idealizada da golden age logo cede ao desarranjo sensorial na instabilidade de Laura, sempre em atrito nos relacionamentos sociais e tentando desesperadamente manter um estado de harmonia no dia-a-dia de Cody. A rotina de trabalho de Laura parece cada vez mais insana e os desentendimentos com a proprietária da residência que ocupa, são cada vez piores. E quando ela compreende as ameaças sobrenaturais que rondam seu filho, seu emocional e a percepção que tem da realidade entram em colapso.
Monstrous flui de forma irregular em seu andamento e construção, pela direção meio insegura e pelo roteiro meio preguiçoso, mas se beneficia de uma ótima construção visual com elementos estéticos dos anos 50 para a sugestão de "mundo perfeito". O pior de tudo é que a trama de percepção alterada do mundo real já é recorrente no cinema fantástico contemporâneo e o filme parece que chegou com alguns anos de atraso. Assim, o mistério se entrega na primeira suspeita, lá pela metade do filme, para qualquer espectador com um mínimo de vivência no gênero. E piora a apreciação por algumas incoerências gratuitas e a visível enrolação para cumprir seus 85 minutos de tempo.
Resta apreciar a ótima produção fotográfica e, acima de tudo, o esforço de Christina Ricci na composição da irritadiça Laura e seu mundo em direção ao colapso emocional. Entre a maturidade e a instabilidade de sua personagem ela deixa para trás as figuras teen que a caracterizaram. Mas Christina merecia um filme melhor...
• Colapso anunciado: celular tocando na bolsa de Laura!
Expectativa 😈😈😈 Realidade 😈😈
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