Strawberry Mansion

Strawberry Mansion (EUA, 2021)

Diret Kentucker Audley, Albert Birney.
Com Kentucker Audley, Grace Glowicki, Penny Fuller, Reed Birney, Linas Phillips.

A ideal alienação. Drama fantástico que ganha o espectador em seu desprendimento estético com aspecto de filme artesanal! Strawberry Mansion é ambientado em 2035 e conta a aventura de James Preble, um recenseador que trabalha para o governo, vive em sua bolha cor-de-rosa de conveniências básicas supridas por constantes sugestões midiáticas e deliveries, mas está visivelmente insatisfeito. Quando precisa fazer o inventário de memórias de Arabella, uma reclusa moradora que vive em uma casa de campo, apaixona-se por sua imagem registrada em fitas VHS.

E ao estudar a fitas-memórias de Arabella por um equipamento de realidade virtual, o sr. Preble encontra o que pode ser o paraíso idealizado, em paisagens campestres, entre piqueniques e leituras de poesia. Mas a solução para a paixão do sr. Preble não será fácil pois as intervenções publicitárias e relações humanas conflituosas, estão irremediavelmente presentes em seu inconsciente. E ele terá que enfrentar uma aventura fabulosa de desconstrução e "detox comportamental" para se recompor corretamente. Arabella desenvolveu um artefato que provoca o bloqueio dos anúncios e a partir de seu uso, Preble tenta por ordem em seu mundo interno.

Mas é possível que nada mais seja suficiente ao homem moderno, contaminado pelas intermediações corporativas de um mundo industrializado. A imagem de Preble assistindo a seu destino idealizado como uma projeção fílmica, remete amargamente a Brazil de Terry Gillian.

Com seu futurismo de design retrô, Strawberry Mansion é uma viagem sensorial muito simpática. Repleto de simbolismos e encantamento visual, insere-se na onda de filmes sobre realidades percebidas por filtros de revelação, que parecem estar criando um novo gênero. Junto a filmes como o citado Brazil, O Show de Truman, High Rise, ou Rebirth, o subgênero está servindo a compor uma oportuna visão (ou revisão) do mundo contemporâneo, controlado por uma corporação insondável, e intermeado pela mídia eletrônica, consumo e desumanização.

• Simpatia: os ratos-marujos.

• Melhor criatura: o Blue Demon.

• Onírico: Preble e Arabella fugindo sobre as águas do oceano!

• Sutileza óbvia: Preble desaparece sob uma infinidade de embalagens de consumo.

• O codiretor, Albert Birney, também atua como o sapo-saxofonista.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈