Peter Ibbetson (EUA, 1935)
Com Gary Cooper, Ann Harding, John Halliday, Ida Lupino, Douglass Dumbrille, Donald Meek, Doris Lloyd.
"Não se vê apenas com os olhos. A visão acontece internamente."
Golden Age fora da caixa. Fantasia incomum que escapou a modelos da época. Gary Cooper é Peter Ibbetson, um bem-sucedido arquiteto na Londres do século XIX, que reencontra Mary, uma paixão infantil, mas ela está casada e bem situada. O reencontro desestabiliza os dois provocando ciúme no marido milionário dela e a situação se desenrola tragicamente.
A tragédia decorrente leva Ibbetson ao cárcere e Mary tem sua saúde comprometida. Ele se entrega a greves de fome no cárcere e ela definha pelos cômodos de seu casarão, até que ambos começam a se comunicar inconscientemente. O estado de suspensão de consciência os leva a uma via de comunicação paralela, insinuada em alguns momentos do filme, como na conversa com o empreiteiro chefe: "Não se vê apenas com os olhos. A visão acontece internamente". Ou no sonho diante das grades: "Você não entendeu, estamos sonhando juntos". Mas Peter ainda precisará se convencer e superar algumas convenções que atuam como impedimentos ao inconsciente desconhecido.
E somos assim jogados em uma narrativa diferenciada que beira o experimental. Algo notável na produção hollywoodiana, especialmente a do período. O desprendimento estético e emocional situam o filme de forma incomum, principalmente se comparado a outras fantasias próximas como Que Espere o Céu (1941), O Diabo Disse Não (1943) ou Neste Mundo e no Outro (1946).
• Curiosamente, antecede Morro dos Ventos Uivantes, que foi feito depois e com o qual guarda semelhanças (mas o romance de Emily Bronté é anterior...)
• André Breton, o patrono do surrealismo, o destacava como um de seus filmes favoritos.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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