Barbarian (EUA, 2022)
Diret Zach Cregger
Com Georgina Campbell, Bill Skarsgard, Justin Long, Richard Brake, Matthew Patrick Davies, Jaymes Butler.
Labirintite. Ótimo suspense que faz um apanhado de referências e situações para um resultado apavorante! Tess acabou de chegar à cidade para uma entrevista de emprego, é uma noite chuvosa e a casa que ela alugou já tem um inquilino. Algo de suspeito a preocupa, mas Keith, o rapaz morando no local, é gente boa, compreensivo e amigável. Keith deixa a jovem partilhar da casa até que possam resolver a encrenca. Mas logo na primeira noite Tess suspeita de que algo mais está morando ali...
Tudo muito irregular na rua residencial que parece um lugar abandonado onde só a casa alugada está restaurada. E quando Tess fica presa no porão, descobre uma câmara subterrânea. Uma salinha encardida que parece ter servido à filmagens clandestinas!
Barbariam é um exercício em cinema de horror que junta elementos diversos em um resultado no mínimo desconcertante. A progressão de eventos e os cortes de realidades causam um intrigante desconforto, como em um labirinto narrativo. A sequência de abertura, por exemplo, com as desconfianças mútuas entre Tess e Keith, que se estendem de forma incômoda, parecem estar se tornando um elemento narrativo recorrente no thriller moderno, veja os constrangimentos encenados em filmes como Speak No Evil, We Need To Do Something, ou The Invitation. E do desconforto de sensações ao suspense convulsivo na descoberta de túneis subterrâneos, Barbarian vai enclausurando os sentidos com rara eficiência, fazendo um excelente uso de luz e sombra.
Mas nem tudo é virtude, e na intenção a mistura de ingredientes, entra em cena Justin Long acrescentando tempero nerd ao show. Assim como Richard Brake, mais uma vez fazendo um de seus tipos sinistros. A lamentar só o desenvolvimento do filme, que de um suspense primoroso e muito bem dirigido vai virando um horror corriqueiro de claustrofobia e ação física comprometido por algumas stupid actions – Justin perdendo a arma é uma cena que quase acaba com o filme. Mas são tropeços menores, o que importa é que Barbarian é respeitável em seu conjunto e em sua proposta de inovação em um mercado que invariavelmente se orienta pelas obviedades.
• Deslocamento de sentidos: o salto temporal para a velha comunidade.
• Menção honrosa: os medonhos túneis subterrâneos.
• Triunfo fotográfico: sob a luz fraca do celular, a mulher freak desiste de atacar!
Expectativa 😈😈😈 Realidade 😈😈😈
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