El Páramo (Espanha, 2021)
Nem weird, nem western! Fantasia pretensiosa e arrastada que tem na fotografia sua grande virtude. Conta o drama de um casal e seu filho pequeno em uma fazenda. Isolados em uma perímetro demarcado por divisas rudimentares, eles sobrevivem com sua criação de animais, mas quando são abordados por uma entidade que sonda a região, a fragilidade das relações do trio entra em colapso.
Marcado por uma bela fotografia e narrativa séria, O Páramo é na verdade uma tentativa de terror-de-arte sobre amadurecimento. O drama é do menino Diego, protegido pela mãe e em constante conflito com o pai autoritário que quer ensinar o menino modos eficientes de enfrentar medos, trabalhar na fazenda e abater animais. Os conflitos decorrentes da situação irão desequilibrar a família e quando o corpo de um homem morto aparece no riacho próximo à fazenda, o rompimento é inevitável. O pai precisa levar o corpo para a habitação mais próxima e, assim, mãe e filho ficam à mercê de uma misteriosa entidade que passa a sondar a casa. Diego precisará aprimorar sua relação, sua percepção e seus meios de enfrentar o medo e perigos físicos, em um dramático processo de crescimento.
Sendo assim, O Páramo é uma clara alegoria do processo de amadurecimento do jovem Diogo, dos conflitos infantis com a mãe até a independência física e emocional. Pena que seja tudo tão óbvio e arrastado em sua pretensão à seriedade. Tentando desesperadamente escapar e disfarçar seus conteúdos simples (até aí nada de mal...) o filme se perde em uma lentidão bem perigosa que antecipa um significado pra lá de previsível... Salvam-se os cuidados cênicos primorosos e uma fotografia exemplar em sua autenticidade atmosférica.
Expectativa 👿👿 Realidade 👿👿
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