Killer Fish (EUA, Itália, Brasil, 1979)
Com Lee Majors, Karen Black, James Franciscus, Margaux Hemingway, Anthony Steffen, Marisa Berenson, Roy Brochsmith, Frank Pesce, Fabio Sabag, Jorge Cherques.
A grande aventura do cinema. Na onda dos filmes catástrofes e natureza assassina, vinda depois de Tubarão, Piranha, Orca, etc., este teve a curiosidade de ter sido filmado em Angra dos Reis e integrou equipe mista. Lee Majors lidera um grande roubo de joias com sua quadrilha internacional, mas as joias são "arquivadas" em recipientes e submersos em um lago enquanto a quadrilha despista autoridades em uma aparente temporada tropical. O perigo é que quando tentam resgatar as joias descobrem que o lago, limitado por uma barragem, está infestado de piranhas.
Killer Fish marcou época em nosso mercado – assim como Moonraker do mesmo ano – pela presença de astros gringos filmando em terras brazucas! Claro que isso não iria dar certo e mais perigoso do que enfrentar piranhas é o enfrentamento de equipes mistas em uma produção dessas. E o filme inverte assombrosamente tudo o que uma produção de porte poderia ter em sua proposta épico-explosiva! A curiosidade maior é que Killer Fish imerge os sentidos pelo que tem de desvirtuado. É uma experiência única em cinema ficar constatando os erros em cena mais do que se deixar levar pela narrativa. Seria inútil compará-lo desfavoravelmente a produções na mesma proposta e que deram certo, mas é curioso assisti-lo junto a filmes como Treasure of Amazon, que também prende a atenção pelo equívoco formal. Killer Fish tem diversos pontos favoráveis alternados a tropeços imperdoáveis, compondo assim um todo de segmentos desnivelados em qualidade de produção devido à mistura de equipes de experiências profissionais distintas. É de fazer qualquer estudante de cinema pensar duas ou três vezes antes de se aventurar na profissão. O risco a que os profissionais se expõem (como ocorre com os filmes trash) chega a ser comovente em uma empreitada desse porte.
Então veja lá o desarranjo entre coisas mal aproveitadas como os efeitos de miniaturas em explosões e enxurradas, as encenações mais "fazendo pose" do que sendo realmente dirigidas dramaticamente, além dos figurantes desajeitados, e a breguice geral do "exotismo tropical" com suas mobílias de bambu, cadeiras de vime e vadiagem à beira de piscinas. Tecnicamente são notáveis os desníveis em fotografia, iluminação e especialmente os problemas em acústica e captação de diálogos e o elenco feminino com os piores figurinos. Perdendo um tempo enorme entre intrigas amorosas e entre os integrantes pelas pedras preciosas, o "peixe assassino" do título chega a ficar esquecido por quem assiste: a primeira morte só ocorre a mais de meia hora de filme.
No elenco de gringos, "avermelhados" pelo calor tropical, temos James Franciscus jogando gamão com Fabio Sabag, Lee Majors fazendo biquinho o tempo todo, Karen Black despenteada o filme todo, Jorge Cherques desfilando de camisa safari fazendo o investigador, e Margaux Hemingway, que vinha do sucesso de Lipstick (A Violentada), nunca mais se recuperou do desastre como a modelo que namora Majors. A surpresa fica por conta de Anthony Steffen, que parece escapar da vergonha geral e passa pelo filme como se estivesse em um dia normal no cinema B.
• Melhor fiasco: o tufão que parece um rabisco sobre a película!!!
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