Happy Birthday To Me (Canadá, 1981)
Com Melissa Sue Anderson, Glenn Ford, Tracey E. Bregman, Sharon Acker, Matt Craven, Jack Blum, Lisa Langlois.
Director's turning point. Na onda do terror-teen que assolou a década de 1980, este thriller ficou se equilibrando bravamente no fio da navalha entre a gratuidade sleazy das novas demandas pop e intenções mais sérias no roteiro. Na carreira do diretor, que já fez grandes aventuras como Os Canhões de Navarone, Taras Bulba, o Cabo do Medo original, e o folk-horror Eye of the Devil, este suspense foi uma espécie de "última gota" criativa. Depois ele se dedicaria àqueles inúmeros policiais clichê do fim de carreira do Charles Bronson.
Feliz Aniversário Para Mim parte de da clássica situação de um grupo de jovens amigos universitários que começam a ser mortos por algum misterioso assassino. Enquanto a polícia investiga os desaparecimentos (os corpos nunca são encontrados), tomamos contato com a bela e insegura Virginia (Melissa Sue Anderson, da série Os Pioneiros), e seus tratamentos por problemas com memória. Virginia sofreu um choque com o acidente da mãe e seu afogamento e mesmo as intervenções cirúrgicas e os tratamentos com o doutor Faraday (o veteraníssimo Glenn Ford) não parecem estar ajudando a jovem. Para piorar o quadro, seus colegas de faculdade não são os jovens mais equilibrados e responsáveis, e entre pranks ocasionais, hábitos excêntricos e crimes reais, o filme vai compondo seu painel de episódios relacionados.
O problema é a irregularidade dramática que faz o filme oscilar entre bobagens do dia-a-dia letivo e sutilezas de mistério na memória de Virginia. Esteticamente o filme também salta pelos extremos, entre uma ótima narrativa visual em noturnos clássicos e explicitações grotescas, como a cena da cirurgia cerebral! E o mesmo acontece com os conteúdos, quando o problema de Virginia começa a destacá-la como suspeita pelos crimes! Da óbvia final girl, Virginia pode mesmo ser a assassina, com seus constantes ataques de amnésia, e o filme ganha uma sofisticação insuspeitada em artimanhas de roteiro. Mas o "final Scooby-Doo", com máscara e explicação, acaba por comprometer demais toda a construção dramática e visual.
Repleto de pistas falsas irritantes e reviravoltas, Happy Birthday To Me é um caso serio de avaliação. É bastante superior à enxurrada de slashers oitentistas, mas falha miseravelmente por suas idas e vindas em suspeitas. Salva-se principalmente pela excelência técnica da fotografia e construção visual assim como alguns ótimos jumps e cenas de crime (sendo a melhor, a cena do espetinho, usada no cartaz!). Talvez tenha havido alguma intenção em estilização pelo diretor, incluindo as visões de Virginia para confundir, e o comportamento suspeito de alguns amigos, para criar um grande painel de demência e insegurança, mas o resultado foi apenas um suspense esquisitão. Divertido e visualmente envolvente, mas sem um centro definido.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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