Curse of the Demon (EUA, 1956)
Com Dana Andrews, Peggy Cummins, Niall MacGinnis, Liam Redmond, Athene Seyler, Maurice Denham.
O diretor estava certo. Clássico dos anos 50 que escapou da onda de filmes juvenis e produções B que estigmatizaram o período. Depois de uma série de filmes noir, o diretor Jacques Tourner (1904-1977) voltava aqui ao gênero fantástico que o consagrara na década anterior, especialmente com em Cat People (1942) e I Walked With a Zombie (1943).
Com um personagem ligeiramente baseado em Aleister Crowley e história tirada de um conto de M. R. James, Curse of the Demon conta sobre a aventura do professor John Holden (Dana Andrews) que em visita a Inglaterra para uma conferência de parapsicologia, entra em conflito com o ocultista Julian Karswell. Na insistência em checar as atividades de Karswell, um suposto praticante de magia negra, Holden acaba amaldiçoado pelo ocultista e perseguido por forças sobrenaturais. Cético e racional, o professor precisará enfrentar o desconhecido até compreender que precisa reverter a maldição antes que seja tarde.
Pois bem, consagrado como um dos grandes filmes do cinema fantástico, ficam abertas as discussões a controvertida decisão em apresentar o demônio logo nos primeiros minutos de filme. O diretor Tourner jamais quis apresentar o demônio pois sua visão reduziria o mistério construído. E ele estava totalmente certo, pois, apesar dos efeitos satisfatórios, a figura do demônio-cachorrão aproxima a narrativa de um mero filme "de monstros" mais do que um filme de mistério sobrenatural. Mas os donos da produção insistiram na criatura e inseriram as cenas mesmo contra a vontade do diretor. Se as cenas são questionáveis quanto à redução do impacto climático do filme, pelo menos não serviram ao flop da produção e graças à direção precisa e sutilezas bem dosadas, Curse of the Demon ainda é um dos maiores de seu tempo. Seu envolvimento sensorial ocorre justamente pela atmosfera de mistério incrivelmente bem sugerida na fotografia. Confira o efeito macabro das estradas noturnas, a tempestade na festa, o casarão vitoriano de Karswell e a desolação noturna das estradas de ferro ao final.
Usando jumps e silêncios – os corredores do hotel onde se hospeda Holden é o melhor exemplo do "menos é mais" – o filme mantém sua força imersiva na dosagem alternada de conversas racionais e eventos inexplicáveis e com sua notável dinâmica narrativa, constrói-se primorosamente. Repleto de grandes momentos de suspense e mistério, como o ataque do gato-pantera, a bizarra sessão espírita, Holden perseguido pelas manifestações no bosque, Curse of the Demon tira o máximo de efeito de cada sequência, chegando ao extremo de subverter uma possível aproximação romântica entre os protagonistas, tornando-a uma sequência de suspense e revelação.
• Interessante: o homem moderno visita o Stonehenge.
Black Phillip já sabia 👿👿👿👿
"O que diz a maldição?" "Nunca verás um Director's Cut..." |
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