The Blob (EUA, 1988)
Com Shawnee Smith, Kevin Dillon, Candy Clark, Joe Seneca, Jeffrey De Munn, Donovan Leitch, Del Close, Paul McCrane.
Superando o modelo. Um dos melhores dos anos 80, The Blob foi uma daquelas produções que pegou o modelo clássico de filmes de monstro dos anos 50 e o refez com dedicação de fã saudosista de matinês. Assim como fariam The Gate (1987), Popcorn (1990) e Ataque dos Vermes Malditos (1990) e grande parte da filmografia de John Carpenter. Também é um caso de refilmagem que ficou melhor que o original. O The Blob de 1958 tinha o Steve McQueen, mas não tinha a dinâmica e a inventividade de situações deste remake.
A premissa é a mesma: um meteorito cai nas cercanias de uma típica cidadezinha americana e quando um mendigo vai xeretar o objeto, uma misteriosa gosma o ataca, envolvendo sua mão e pulso. Levado para um hospital pelo jovem Brian (Kevin Dillon) e por Meg (Shawnee Smith), o pobre mendigo é consumido pela substância que cresce rapidamente. Logo o monstro gelatinoso está deixando o hospital e indo para a cidade se alimentar de seres vivos, especialmente humanos. Brian e Meg são os únicos que podem salvar a cidade quando ela é sitiada. Forças militares comandadas por um cientista, que parece saber muito sobre a bolha monstruosa, também se tornam uma ameaça aos moradores.
The Blob surpreende por ir direto ao assunto sem maior enrolação de suspense. Reduzindo as antecipações ao mínimo necessário, o filme faz uma ligeira apresentação de personagens, compondo a clássica sociedade média americana – com jovens paqueradores no time de futebol, um xerife boa-praça, o jovem marginalizado (Brian) em conflito com as autoridades e a mocinha de família classe média que vai assumir a liderança heroica do filme, muitos anos antes do empoderamento feminino tomar as telas. Então, aos 15 minutos já temos o mendigo atacado e aos 26 min. o namoradinho de Meg é derretido no primeiro grande choque do filme! Aliás, uma das virtudes de The Blob é a excelência em efeitos explícitos que criam o clima de pesadelo tão eficiente, e contraste à aventura juvenil. E até os efeitos fotográficos meio desleixados são garantia de nostalgia, compondo um painel geral de cativante pesadelo.
Também é interessante que, enquanto o original era impregnado pela demência política do período macartista (a bolha cresce, nos engole e é vermelha!), este atualiza a trama em um revisionismo mais crítico: a bolha é consequência de uma experiência militar em guerra bacteriológica. Dinâmico, divertido e descaradamente explícito, The Blob é uma aula em terror-pop, que ainda finaliza com o enlouquecido pastor prometendo o juízo final com seu fragmento de bolha guardada em um pote! (e eu espero por The Blob 2 até hoje.....)
• Surpresa cara-de-pau: adolescente derretido na fuga pelos subterrâneos.
• Antes das facilidades digitais, as ações eram ao vivo mesmo, e a cena de fuga de moto é uma captura espetacular com helicóptero, furgão capotando e moto saltando a ponte, tudo em sincronia no enquadramento, sem pós produção! (trivia IMDB)
Black Phillip já sabia 👿👿👿👿
... a cavalaria não nos salvará! |
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