The Wicker Man (Inglaterra, 1973)
Com Edward Woodward, Britt Ekland, Christopher Lee, Diane Cilento, Ingrid Pitt, Roy Boyd, Lindsay Kemp, Walter Carr.
Culto ao cult. O maior clássico do folk-horror, simples assim. Em 1967 tivemos o pioneiro The Eye of the Devil, com um tema bem parecido com este, mas coube ao Wicker Man estabelecer bases para os que vieram depois. E não há Midsommar ou The Witch que supere este clássico, simplesmente por causa da época em que foi feito. Seria como alguém querer superar o Noite dos Mortos Vivos.
Em The Wicker Man o sargento Howe, da polícia escocesa, investiga o desaparecimento de uma garota, ocorrido em uma comunidade isolada em uma ilha. O misterioso bilhete que recebera é vago e em sua chegada à ilha é recebido com indiferença e desconfiança pelos locais. Ainda mais estranha é a reação da mãe da garota desaparecida que nega o sumiço da filha. Howe se vê envolvido em um mistério de pistas contraditórias e em uma comunidade de regras e crenças muito próprias. Para piorar o quadro, o rigoroso policial de inabalável crença católica precisa conviver com os habitantes de hábitos liberais e de bases culturais completamente contrárias às suas.
Tirando sua força do choque de culturas, a narrativa de Wicker Man é a de uma intriga detetivesca com o sargento tendo que levantar dados em seus contatos e sondagens. Mas todas as informações coletadas parecem manter o mistério mais do que levar a desfechos. Mesmo a conversa com Lord Summerisle (Christopher Lee) não serve a muita coisa e se resume a comentários sobre as bases culturais que regem os habitantes, uma comunidade rural que vive das colheitas ricas e exportações de maçãs, e que teve no ano anterior uma péssima safra. Isso não pode ocorrer novamente e os ritos e festividades locais, todas celebram a fertilização, para o horror do fervoroso detetive que, em suas investigações, começa a desconfiar que a garota desaparecida poderá vir a ser usada em um ritual de sacrifício aos deuses das colheitas!
A construção do choque cultural é uma das virtudes do filme, e o sargento horrorizado pelas cenas de amor livre sobre a relva, dançarinas nuas em templos pagãos, esclarecimentos sexuais nas escolas, além dos menires e pinheiros "em ereção" pelas paisagens, conduz a trama em um rico conflito de superstições. Wicker Man é uma aula de construção narrativa, com os atritos culturais na primeira parte e o mistério mais acentuado na segunda, ousado, erotizado, e repleto de observações heréticas, tudo levando à chocante e inesquecível conclusão.
Um pouco de timeline: (12 min) uma canção insinuante em homenagem a Willow (Britt Ekland), filha do taberneiro. (16 min) Intimidades outdoor. (19 min) A famosa dança nua de Britt Ekland para incomodar o sargento – mas é dublê. (25 min) Aula para meninas sobre símbolos fálicos. (34 min) Sapo na boca para curar dor de garganta! (40 min) Meet Lord Summerisle. (54:26s) Começam as festividades mascaradas do 1º de maio. (1:04min) O candelabro de mão humana! (1:05:15s) Christopher Lee dançando travestido! (1:18:40s) Encontro com o Homem de Palha. (1:26:10s) O Homem de Palha se curva ao Deus Sol.
• Exibido muito em nossa TV, mas tão cortado pelas cenas de nudez e erotização que precisa ser revisto.
• Um dos filmes preferidos de Christopher Lee.
• A sensualíssima Ingrid Pitt também contribuiu com uma cena de nudez, pouco citada.
• O roteirista Anthony Shaffer deixou na história suas adaptações de Agatha Christie, além dos clássicos Frenezi, Jogo Mortal e Absolution.
Black Phillip já sabia 🔥🔥🔥🔥
Lord Sumerisle dando uma força aqui pra gente... |
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