Re/Member

Re/Member (Japão, 2022)

Diret Eiichiro Hasumi
Com Kanna Ashimoto, Gordon Maeda, Maika Yamamoto, Fuju Kamio, Katoro Daigo, Mayu Yokota, Tasuku Emoto.

Fique longe da pessoa vermelha!

Cine-gameplay! Terror teen que apavora e enche o saco na mesma medida! O diretor Hasumi é especialista em produções pop-juvenis e este terror segue essa linha. Re/Member é inspirado em um mangá que virou anime e agora virou filme. Começa com o desencontro de Asuka, jovem estudante, desajustada no ambiente escolar, rejeitada por grupos e secretamente apaixonada por um dos meninos. Asuka tem uma rápida visão de uma menina que foi assassinada e desmembrada e pede que ela recomponha seu corpo.

Assim, a jovem é mais cinco estudantes são tragados por uma quase maldição que os faz viver o mesmo dia repetidamente. O horror é que eles se encontram todas as noites em um pesadelo comum onde são caçados pelo espírito de uma menina coberta de sangue e são mortos um a um a cada noite, mas precisam voltar no pesadelo seguinte para encontrar as partes desmembradas e recompor o corpo em uma capela. 

Então temos esse roteiro com premissa de game com bons momentos de horror, em uma impecável técnica com fotografia sombria e ótima dinâmica narrativa. O que desabona o filme é justamente seu tempero adolescente que dilui a mistura toda em seus personagens caricatos como nos animes. Tem o jovem recluso, o bobalhão, a amiga maluquinha, a mãe atenciosa e meio alienada, e por aí vai o filme onde mesmo o twist na trama, quando o espírito começa a comer os jovens e eles estão ausentes no dia seguinte, não serve muito a enriquecer o resultado geral!

Talvez tenha havida alguma intenção ao comentário extra na perda de memória de todos os que passam pela aventura de recompor o corpo da garota morta, ou o fato de que o enfrentamento dos perigos faz com que as diferenças e ressentimentos do grupo sejam amenizadas, mas Re/Member serve mesmo é como um termômetro preocupante do pop midiático contemporâneo. É tão divertido quanto é monótono, tão previsível quanto interessante, tão criativo quanto óbvio. Até sua estrutura de repetição é sintomática de uma cultura onde nada mais é inventado ou testado e a satisfação se dá pelo já conhecido.

• Melhor morte: a menina atravessa o braço na boca da vítima!
• Coisa de pesadelo: as mãozinhas saindo do poço!
• Pior do pior: a tarde despreocupada na praia! Inaceitável no meio de um filme de terror!

• Referência inevitável: Feitiço do Tempo e A Hora do Pesadelo.

• O título faz menção à memória, mas também pode significar a recomposição do corpo desmembrado.

Expectativa 🔴🔴🔴        Realidade 🔴🔴

Furedi Kuruguerô!